30 abril 2007

"Tudo está dentro da pedra"

Moisés - em 1515

"Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; Vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no efeito. Tenho apenas de desbastar as pedras brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a vêem."
Michelangelo
David - em 1501

Fonte: Virtual Gallery of Art

27 abril 2007

Superação

A Gazeta do Povo se supera novamente. Ao divulgar, na sua edição online de hoje, a matéria sobre sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que discutiu o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o jornal deu uma abordagem cômica para o assunto, revelando sua total falta de responsabilidade para passar informações ao público. Segue a reportagem e o conteúdo do email que acabo de enviar para a redação desse jornal.
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BRASIL SENADO 27/04/2007 - 13h01
Interpretação de Suplicy arranca gargalhadas "Pá, pá, pá", gritou senador ao simular tiros de um revólver. Ele estava na sessão da comissão que aprovou a redução da maioridade penal
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) arrancou risos dos colegas senadores na quinta (26) ao interpretar os versos de "O Homem na Estrada", canção do grupo de rap paulistano Racionais Mc's.
O senador estava na sessão da Comissão e Constituição e Justiça que discutia o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A comissão aprovou a proposta por 12 votos a 10. O voto de Suplicy foi contrário à redução da maioridade.O momento em que o senador paulista provocou mais gargalhadas foi quando interpretou disparos de um revólver."Pá, pá, pá", gritou, gesticulando e virando-se bruscamente para trás como se tivesse uma arma na mão.O presidente da comissão, senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), não se conteve e também riu. Arthur Virgilio (PSDB-AM) levantou as mãos ao alto e depois aplaudiu.

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Aos senhores editores.

A Gazeta do Povo me envergonhou mais uma vez. Uma infelicidade tremenda me envolve todas as manhãs quando leio este jornal, mas impressiona como a cada dia as matérias estão piores. As notícias, claramente parciais e influenciativas, atingiram, nos últimos dias, até mesmo o caderno de esportes. Mas hoje passaram dos limites. Indignou-me a abordagem dada a matéria que trata da maioridade penal e do posicionamento do Senador Eduardo Suplicy sobre o tema. Essa é uma questão das mais importantes para o país. Isso não pode ser encarado como piada. A Gazeta é o maior jornal do Paraná e tem que começar a se portar como tal, com o mínimo de responsabilidade para com o exercício da função jornalística. Essa música (ou rap, como queiram), possui uma mensagem clara, que não tem nada de cômica. O que deveria ser divulgado é como parlamentares, em meio a crise de violência na qual vivemos, têm coragem de rir de uma coisa dessas. Parece que os senhores estão brincando com a paciência dos seus leitores. Espero que isso se torne uma crítica construtiva. Cordialmente, Alexandre Nasser de Melo

26 abril 2007

"Navegar é preciso; viver não é preciso."


"Nós não envelhecemos de forma totalmente cronológica. Nós crescemos, às vezes, em determinada coisa e não em outra, sempre desigualmente. Nós crescemos em partes. Nós somos relativos. Nós somos maduros em um meio, e crianças em outro. O passado, o presente e o futuro, combinados, nos puxa para trás, nos empurra para frente ou nos prende no presente. Nós somos feitos de camadas, células e constelações."
Anais Nin

25 abril 2007

Governabilidade

Esqueça insultos, eleitores e ideologias. Nada mais tem sentido quando o que interessa é o poder.

24 abril 2007

Vamos andando, só não sei pra onde

Enquanto ilhas somem no sul do Oceano Pacífico, a Groelândia vai derretendo. E assim caminha a humanidade...

"Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris."
Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree.

22 abril 2007

Fernando Pessoa II

"Tenho tanto sentimento.
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental.
Mas reconheço, ao medir-me
Que tudo isso é pensamento
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos.
Uma vida que é vivida.
E outra vida que é pensada.
E a única vida que temos.
É essa que é dividida.
Entre a verdadeira e a errada."
Fernando Pessoa

21 abril 2007

Fernando Pessoa I



"Tenho uma espécie de dever. Dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso."

Fernando Pessoa

19 abril 2007

Brahman

O grande Frei Betto, mais uma vez, impressiona com sua forma simples de descrever o complexo estado atual da sociedade. Ele analisa como a publicidade influencia os indivíduos a se identificarem com uma marca ou produto para movimentar a sociedade de consumo. Observa que quando as consideradas ‘sociedades modernas’ têm acesso às crenças de povos que fazem relações entre matéria e espírito, acreditando que tudo possui alma (não somente os seres humanos ou os animais), percebe-se um certo desdém para tal costume. Frei Betto salienta que, por outro ângulo, encontramos nesta mesma sociedade, tão crítica para com a fé de outras populações, uma adoração a objetos e aparências sem vida, relevância, necessidade e, tampouco, história.
Outro ponto que deve ser destacado a respeito da publicidade, é que ela nunca pretende deixar o consumidor totalmente satisfeito. Cria a vontade de ter (possuir) e, ao mesmo tempo, cria uma insatisfação causada pela falta daquilo. Quando tal falta é suprida, instantaneamente é criada outra necessidade, outra insatisfação. O consumidor sempre deve aspirar por algo melhor, maior ou mais bonito, nunca podendo estar completamente satisfeito.
Essa é a grande frustração do homem contemporâneo. O desejo que o torna eternamente insatisfeito.

"Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.
É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico.
A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar-se à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.
Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós." O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.
Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia?
Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ter a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela... Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.
Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc.
Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira. Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.
Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz."

18 abril 2007

Escalas de Grandeza

O partido dele está devendo, mas o texto do Deputado Estadual Luiz Eduardo Cheida é muito bom.

"- Esse é o peixe-boi! – descrevi, do alto de minha sapiência, a foto esmaecida em um velho livro que guardo em casa.
- Cadê o chifre dele?
A investida da pergunta enfezada cutucou de tal forma meus conhecimentos que quase fura as minhas calças com os chifres do peixe que não era boi.
Quem perguntava, acomodado no meu colo, era o Pedro, meu filho de quatro anos. O mesmo que, dia desses, tentou entrar num formigueiro, forçando o dedão do pé no buraquinho que dá para a porta da frente da casa das formigas.
- Infinito é mais que quatro? – ele, de novo.
Claro que não, se quatro é tudo o que você sabe contar.
A seriedade destas perguntas encharcam a alma de ternura.
A lógica infantil é fulminante.
Fulminante, porque direta. Porque não comporta subterfúgios.
Do ponto de vista das alterações ambientais e suas repercussões planetárias, a espécie humana está em uma encruzilhada. E, nem todos temos elementos suficientes para decidir que caminho tomar.
Em momentos assim, a profusão de dados, teorias e tarefas apenas confundem.
Faltar água no Brasil? Só pode ser brincadeira.
Quequié 0,76º C a mais de temperatura, neste mundão varado de grande?
É nesta hora de Babel que sua bússola interior precisa falar mais alto.
A fim de encontrá-la, uma coisa parece certo: quanto mais você se farta das explicações inexplicáveis, quanto mais você se cansa das hipocrisias recorrentes, quanto mais você refuta a relativização do que deveria ser exato, mais se reaproxima de sua bússola, que sempre aponta para a velha lógica infantil, imolada no altar da maturidade.
Mas, quem disse que para amadurecer, é preciso sacrificar a inata beleza de ser sincero?
- Bem, você pode ser sincero mas, na sua idade vai parecer meio ingênuo... – dirão os mais experientes (e bem-sucedidos e tristes e deprimidos).
Isso posto, parece que, para agüentar o tranco, é necessário mentir.
Mentir que as coisas não são bem assim. Mentir que o que se vê não é o que parece. Mentir que todos pensamos da mesma forma e as diferenças são pontos irrelevantes. Mentir que se pode ir fundo, já que a natureza é infinita e inesgotável. Mentir que a conduta de nossa espécie para com as outras, é moralmente aceitável (afinal, nenhuma espécie até agora contestou). Mentir que tudo não passa de estórias de ecofanáticos que querem destruir a economia para entupirem a Terra de orgânicos insípidos, inodoros e incolores.
Mas, o bálsamo da dita voz da razão chama você, como quem diz:
- Veja bem, em verdade, nada disso são mentiras. São apenas coisas relativas. Depende do ângulo. As coisas não são pau ou pedra. É a maneira como se coloca. Uma coisa pode ser uma coisa e, dali a pouco, ser outra coisa...
E você responde o que para a voz que é só sua?
Enquanto você pensa, eu vou ficando por aqui.
Aliás, acho que fico com o meu menino.
Entendo agora porque quatro é mais que infinito: as coisas importantes são grandes; as coisas sem importância, pequenas. São só escalas de grandeza.
Quem sabe dá mesmo pra entrar no formigueiro, forçando um pouco mais o dedão? Melhor isso que ficar chamando de boi um peixe que nem chifre tem.
Ou um boi que nem peixe é.
Um mundo funcionando com tal franqueza, mano, é difícil acabar."

12 abril 2007

Liberdade de Expressão

A manipulação e criação de fatos pela imprensa foi utilizada pela maioria dos regimes ditatoriais como forma de controlar a população. Entendo que em um regime militar, que se fundamenta na força e no controle, necessite de um direcionamento único na divulgação de fatos, notícias e idéias. Mas, em uma 'democracia' torna-se espantoso perceber que todas as grandes empresas midiáticas agem dentro de uma mesma lógica, apenas para elevar a audiência e manter todo o status quo conveniente para os donos dos meios, permitindo a triste constatação de que, mesmo uma grande quantidade de órgãos de imprensa não têm condições de criar uma pluralidade de pontos de vista e formas de abordagens. Essas não são características fundamentais para uma democracia?A força de influência da mídia brasileira pode ser medida através do poderio do Grupo Globo. Em sete décadas de atividades, influenciou todas as eleições presidenciais, desde Getúlio Vargas, ou seja, 17 presidentes diferentes. Só não foi vitoriosa na primeira eleição de Lula, em 2002. Após apoiar o regime militar, o grupo já possuía um dos maiores jornais do país, como, também, a maior emissora de televisão do Brasil, e, posteriormente, a maior do hemisfério sul do planeta. Roberto Marinho, que dirigia essa emissora desde a sua fundação, teve a posição de maior formador de opiniões do Brasil durante décadas. Mereceu até um documentário da BBC de Londres intitulado Muito Além do Cidadão Kane.
É por isso que um dos fatos mais marcantes da história recente do Brasil, na minha humilde opinião, é esse direito de resposta de Brizola. Esse sim foi um acontecimento democrático. Pena que já faz 13 anos e, desde lá, as coisas só parecem piorar dentro dos nossos meios de imprensa.

09 abril 2007

Recado de Al Gore

Para quem ainda não pôde ver o documentário de Al Gore, An Inconvenient Truth, ai vai algumas dicas:


Se quiserem o filme é só pedir.

Mais CPMF?

O Governo Lula está formulando uma Proposta de Emenda Constitucional para prorrogar a CPMF até 2011. Claro, não dava para esperar outra coisa. Quando criada em 1996, a CPMF era para durar 2 anos.
Caso essa proposta seja aceita, podem esquecer de acabar com a brincadeira. Dai em 2012 o discurso vai ser o mesmo: como iniciar uma gestão com um rombo de bilhões?
O melhor é saber que a receita é usada parte nas despesas com áreas sociais e o restante (cerca de R$ 6 bilhões) vai para o DRU, que financia o superávit primário. Ou seja, vai para o pagamento de jurus.
Seguem os nomes dos congressistas paranaenses - e seus respectivos partidos da época - que votaram a favor e contra essa palhaçada em 1996.

Abelardo Lupion – Bloco PFL – Não
Affonso Camargo – Bloco PFL – Não
Antonio Ueno – Bloco PFL – Não
Chico da Princesa – Bloco PTB – Não
Dilceu Sperafico – Bloco PPB – Não
Elias Abrahão – Bloco PMDB – Sim
Fernando Ribas Carli – PDT – Sim
Flávio Arns – PSDB – Sim
Hermes Parcianello – Bloco PMDB – Sim
Homero Oguido – Bloco PMDB – Sim
João Iensen – Bloco PPB – Sim
José Borba – Bloco PTB – Sim
Luiz Carlos Hauly – PSDB – Sim
Maurício Requião – Bloco PMDB – Sim
Nedson Micheleti – PT – Não
Nelson Meurer – Bloco PPB – Sim
Odílio Balbinotti – Bloco PTB – Sim
Paulo Bernardo – PT – Não
Renato Johnsson – Bloco PPB – Não
Ricardo Barros – Bloco PFL – Não
Ricardo Gomyde – PcdoB – Sim
Valdomiro Meger – Bloco PPB – Sim
Vilson Santini – Bloco PTB – Sim
Werner Wanderer – Bloco PFL - Sim

Fontes: Folha de São Paulo, em 09/04/2007.
XÔ CPMF

04 abril 2007

Soja paranaense

O jornal inglês The Guardian noticiou hoje a iniciativa dos plantadores de soja orgânica do Paraná que estão desenvolvendo um projeto para recuperar a Mata Atlântica. O plano prevê a recuperação do ecossistema a partir de pequenas áreas de floresta em diferentes fazendas. Em dez anos, o projeto pretende unir essas pequenas áreas através de ‘corredores naturais’ que, juntos, chegariam a 10 mil hectares. A iniciativa ainda será complementada com a plantação de outros 400 hectares de árvores de araucária e a criação de um banco de sementes para a flora nativa.Além disso o jornal identifica a grave diferença entre a soja orgânica paranaense e a indústria do agronegócio na Amazônia, onde o plantio da soja ‘se tornou um negócio tão lucrativo que se disseminou pela bacia amazônica e superou a extração de madeira e a criação de gado como o principal fator de desflorestamento’.
Fonte: The Gardian, em 04/04/2007.

03 abril 2007

A bolsa da miss


A atual miss Paraná, Jéssica Pereira, teve sua bolsa furtada na tarde de ontem. O interessante é que não foi no Largo da Ordem, nem na Praça Tiradentes, tampouco na Avenida das Torres. A bolsa sumiu em uma perigosa visita ao Congresso Nacional. Também, olha só o lugarzinho onde essa menina foi se meter.
Fonte: Folha de São Paulo, em 03/04/2007.

01 abril 2007

O maior brasileiro de todos os tempos

Outro fato engraçado desse 1° de abril é a eleição que foi feita entre 200 "intelectuais" (não esqueça dessas "s), políticos, artistas, religiosos, empresários, publicitários, jornalistas, esportistas e militares que são referências em suas áreas de atuação, na escolha de quem teria sido o maior brasileiro de todos os tempos. Os dois primeiros colocados foram Vargas e Juscelino. Tudo bem, foram presidentes populistas, fizeram algumas coisas aqui e outras ali. Ambos tiveram novelas dedicadas a eles. Mas, colocando na balança seus acertos e seus erros, não poderiam ser considerados grandes homens e, muito menos, os maiores brasileiros. Se formos por essa medida, podem esperar que nessa lista, em 15 anos, estará lá nosso querido Lula (ele já tem 3 votos).
Ok, vocês devem estar pensando: o que esse cara está reclamando? Pelo menos não foi o Pelé quem ganhou. Certo, já fiquei feliz em ver Rui Barbosa tão bem cotado em quinto lugar, logo atrás do 'povo brasileiro', quarto, e de Machado de Assis (outra boa surpresa), em 3°.
Bom, voltando ao fato engraçado...
Ao analisar toda a lista para procurar quem eu escolheria, me deparei com grandes brasileiros de fato, tais como: Paulo Freire, Nelson Rodrigues, Oscar Niemeyer, Santos Dumont e Sérgio Buarque de Hollanda. Mas aquele que eu escolheria só computou um mísero voto. Mesmo assim não tenho dúvidas. O cara é Macunaíma. Esse sim foi e ainda é (infelizmente) o maior brasileiro de todos os tempos.

Fonte: Folha de São Paulo, em 1/04/2007.

Parece piada

Que bom que é 1° de abril. Se fosse outro dia iria acreditar na notícia de que um país inteiro é refém de alguns milicos que controlam o tráfego aéreo. Imaginem se fosse verdade que o brigadeiro comandante da nossa Aeronáutica ordenou uma punição dura para os amotinados, mas, nosso querido presidente, durante seu vôo (que não atrasou) para os EUA, resolveu desautorizar as punições aos controladores. Certo, se eles fossem presos, como queria o brigadeiro, não teriam ninguém para substituí-los. Mas se os militares perderem seu controle hierárquico, desmontará toda uma cadeia de obrigações e deveres e, assim, acabará também o seu motivo de existência. Bom, concordo que isso não é de todo mal, pena que não pode ser verdade...

Bye, bye, Brasil

"(...)
Bye, bye Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night 'n day
Explica que tá tudo OK
Eu só ando dentro da Lei
eu quero voltar podes crer
eu vi um Brasil na TV
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem
Mas a ligação está no fim
Tem um japonês atrás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Estou a fim de encarar um siri
Com a bênção do Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr."
Chico Buarque e Roberto Menescal