"Espero que Brasília seja uma cidade de homens felizes: homens que sintam
a vida em toda sua plenitude, em toda sua fragilidade; homens que
compreendam o valor das coisas simples e puras um gesto, uma palavra de
afeto e solidariedade."
Desassossego
06 dezembro 2012
29 novembro 2012
Esperança
E
hoje à noite, apesar de todas as dificuldades que passamos, apesar de
todas as frustrações de Washington, eu nunca estive mais esperançoso
sobre o nosso futuro. Eu nunca estive mais esperançoso sobre a América. E
peço-vos para sustentar essa esperança. Eu não estou falando de
otimismo cego, o tipo de esperança que simplesmente ignora a enormidade
das tarefas à frente ou os obstáculos que se interpõem em nosso caminho.
Eu não estou falando sobre o idealismo positivo que nos permite ficar à
margem ou fugir de uma luta.
“Eu sempre acreditei que a esperança é aquela coisa teimosa dentro de nós que insiste, apesar de todas as evidências em contrário, que algo melhor nos espera contato que a gente tenha a coragem de continuar tentando, de trabalhando, de continuar lutando
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/confira-integra-do-discurso-da-vitoria-de-obama-6657952#ixzz2DdxtBOTb
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“Eu sempre acreditei que a esperança é aquela coisa teimosa dentro de nós que insiste, apesar de todas as evidências em contrário, que algo melhor nos espera contato que a gente tenha a coragem de continuar tentando, de trabalhando, de continuar lutando
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"E hoje (...) , apesar de todas as dificuldades que
passamos, apesar de todas as frustrações (...), eu nunca estive mais
esperançoso sobre o nosso futuro. Eu nunca estive mais esperançoso (...). E peço para sustentar essa esperança. Eu não estou falando de
otimismo cego, o tipo de esperança que simplesmente ignora a enormidade das
tarefas à frente ou os obstáculos que se interpõem em nosso caminho. Eu não
estou falando sobre o idealismo positivo que nos permite ficar à margem ou fugir
de uma luta. Eu sempre acreditei que a esperança é aquela coisa
teimosa dentro de nós que insiste, apesar de todas as evidências em contrário,
que algo melhor nos espera, contanto que a gente tenha a coragem de continuar
tentando, de continuar trabalhando, de continuar lutando."
Barack Obama - Discurso da Vitória
E
hoje à noite, apesar de todas as dificuldades que passamos, apesar de
todas as frustrações de Washington, eu nunca estive mais esperançoso
sobre o nosso futuro. Eu nunca estive mais esperançoso sobre a América. E
peço-vos para sustentar essa esperança. Eu não estou falando de
otimismo cego, o tipo de esperança que simplesmente ignora a enormidade
das tarefas à frente ou os obstáculos que se interpõem em nosso caminho.
Eu não estou falando sobre o idealismo positivo que nos permite ficar à
margem ou fugir de uma luta.
“Eu sempre acreditei que a esperança é aquela coisa teimosa dentro de nós que insiste, apesar de todas as evidências em contrário, que algo melhor nos espera contato que a gente tenha a coragem de continuar tentando, de trabalhando, de continuar lutando.
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hoje à noite, apesar de todas as dificuldades que passamos, apesar de
todas as frustrações de Washington, eu nunca estive mais esperançoso
sobre o nosso futuro. Eu nunca estive mais esperançoso sobre a América. E
peço-vos para sustentar essa esperança. Eu não estou falando de
otimismo cego, o tipo de esperança que simplesmente ignora a enormidade
das tarefas à frente ou os obstáculos que se interpõem em nosso caminho.
Eu não estou falando sobre o idealismo positivo que nos permite ficar à
margem ou fugir de uma luta.
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14 novembro 2012
13 novembro 2012
Um Vício
"Amor verdadeiro tem dessas coisas: não se explica, não se controla, não
se racionaliza, simplesmente toma conta. É uma droga, um vício, uma
viagem entre céu e o inferno, ida e volta, sem parar."
Martha Medeiros
09 novembro 2012
A Política
Quem quer que esteja lutando pela
preservação da vida e pela proteção das crianças deve necessariamente opor-se
aos correligionários tanto de direita quanto de esquerda. Não porque os
fascitas de vermelho, à semelhança dos fascistas de direita no apogeu, tenham
uma ideologia assassina, mas porque transformam crianças vivas e saudáveis em
inválidos, em aleijados e idiotas morais; porque exaltam o Estado mais do que
justiça, a mentira mais do que a verdade e a guerra mais do que a vida; porque
as crianças e a preservação da força vital que existe nelas são a única
esperança que nos resta. Um educador e médico conhece apenas uma lealdade: à
força vital na criança e no paciente. Se for fiel a essa lealdade, ele
encontrará respostas simples para seus problemas políticos.
Wilhelm Reich – Escute, Zé-Ninguém
08 novembro 2012
Repostagem Merecida!
A linda carta/poesia abaixo, de Pablo Neruda, já foi postada aqui no blog. Mas como tudo o que é bom, essa poesia merece um retorno!
Adeus,
porém comigo estarás,
sempre irás dentro de uma gota de sangue que circule em minhas veias ou fora,
beijo que me abrasa o rosto ou cinturão de fogo na cintura.
beijo que me abrasa o rosto ou cinturão de fogo na cintura.
Doce minha,
recebe o grande amor que me saiu da vida e que em ti não achava
território
como o explorador perdido nas ilhas do pão e do mel.
Eu te encontrei depois da tormenta, a chuva lavou o ar,
na água, teus doces pés brilharam como peixes.
Eu te encontrei depois da tormenta, a chuva lavou o ar,
na água, teus doces pés brilharam como peixes.
Adorada,
me vou a meus combates.
Arranharei a terra para te fazer uma cova
Arranharei a terra para te fazer uma cova
e ali teu Capitão te esperará com flores sobre o leito.
Não penses mais, amada, no tormento que passou entre nós dois
como um raio de fósforo, deixando-nos, talvez, a queimadura.
A paz chegou também porque regresso à luta em minha terra,
e como tenho o coração completo com a parte do sangue que me deste para sempre,
e como levo minhas mãos cheias do teu ser desnudo,
olha-me pelo mar que vou radiante,
A paz chegou também porque regresso à luta em minha terra,
e como tenho o coração completo com a parte do sangue que me deste para sempre,
e como levo minhas mãos cheias do teu ser desnudo,
olha-me pelo mar que vou radiante,
olha-me pela noite que navego,
e o mar e a noite, amor, serão os teus olhos.
e o mar e a noite, amor, serão os teus olhos.
Eu não saio de ti quando me afasto.
Agora vou te contar:
vai ser tua a minha terra, vou conquistá-la,
não só para te dar, mas para dar a todos, para todo o meu povo.
Um dia o ladrão deixará a sua torre, e o invasor será expulso.
E todos os frutos da vida crescerão em minhas mãos acostumadas antes à pólvora.
E saberei acariciar as novas flores porque tu me ensinaste o que é ternura.
não só para te dar, mas para dar a todos, para todo o meu povo.
Um dia o ladrão deixará a sua torre, e o invasor será expulso.
E todos os frutos da vida crescerão em minhas mãos acostumadas antes à pólvora.
E saberei acariciar as novas flores porque tu me ensinaste o que é ternura.
Doce minha,
adorada,
virás comigo lutar corpo a corpo,
porque em meu coração vivem teus beijos como bandeiras rubras,
e se caio, não só me recobrirá a terra, também o grande amor que me trouxeste,
que viveu circulando por meu sangue.
porque em meu coração vivem teus beijos como bandeiras rubras,
e se caio, não só me recobrirá a terra, também o grande amor que me trouxeste,
que viveu circulando por meu sangue.
Virás comigo,
e nessa hora te espero, nessa hora e em todas as horas,
em todas as horas te espero.
em todas as horas te espero.
E quando venha a tristeza que odeio bater à tua porta,
diz a ela que te espero,
diz a ela que te espero,
e quando a solidão queira que mudes esse anel em que meu nome está escrito,
diz pra solidão falar comigo,
diz pra solidão falar comigo,
que eu precisei partir porque sou um soldado,
e que ali onde eu estou, sob a chuva ou sob o fogo, amor meu, te espero.
Te espero no deserto mais duro e junto do limoeiro florescido,
em qualquer lugar onde esteja a vida,
e que ali onde eu estou, sob a chuva ou sob o fogo, amor meu, te espero.
Te espero no deserto mais duro e junto do limoeiro florescido,
em qualquer lugar onde esteja a vida,
onde esteja nascendo a primavera, amor meu, te espero.
E quando disserem: "Esse homem não te quer", recorda que meus pés estão
sós nessa noite e procuram os doces e pequenos pés que adoro.
Amor,
quando te disserem que eu já te esqueci,
e quando seja eu mesmo quem diga, não acredite.
Quem e como poderiam te cortar do
meu peito?
E quem receberia meu sangue quando em teu ser eu estivesse sangrando?
Porém tampouco posso esquecer o meu povo.
Vou lutar em
cada rua, atrás de cada pedra.
O teu amor me ajuda:
és uma flor fechada
que me enche cada vez com seu aroma
e que súbita se abre dentro de mim
como uma grande estrela.
Amor meu,
é de noite.
Essa água negra, o mundo
dormindo, me rodeiam.
Já está chegando a aurora,
e enquanto vem te
escrevo para dizer que te amo.
Para dizer: "te amo", cuida, limpa,
levanta, defende nosso amor, alma minha.
Aqui te deixo como se deixasse
um punhado de terra com sementes.
Do nosso amor nascerão vidas.
Em nosso amor beberão água.
Em nosso amor beberão água.
Talvez chegará um dia em que um homem e
uma mulher, iguais a nós dois, tocarão este amor,
que ainda terá força
para queimar as mãos que o toquem.
Quem fomos? O que importa?
Tocarão
este fogo e o fogo, doce minha, dirá teu simples nome e o meu,
o nome
que só tu soubeste
porque só tu sobre a terra sabes quem sou,
e porque
ninguém me conheceu como uma, como só uma de tuas mãos,
porque ninguém
soube como, nem quando, meu coração esteve ardendo:
só teus olhos
grandes pardos o souberam,
tua vasta boca, tua pele, teus peitos, teu
ventre, tuas entranhas
e essa alma que eu despertei só para que ficasse
cantando até o fim da vida.
Amor, te espero.
Adeus, amor,
te espero.
Amor,
amor, te espero.
E assim termina esta carta sem nenhuma
tristeza:
sobre a terra estão firmes os meus pés,
minha mão escreve esta
carta no caminho,
e no meio da vida estarei sempre junto ao amigo,
frente ao inimigo,
com teu nome na boca e um beijo que jamais se separou
da tua.
Pablo Neruda
07 novembro 2012
Antigo, Mas Pertinente!
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que se pode ser. Descobre que leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, e sim onde está indo. Mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
Errata: o texto acima não é de Sheakespeare. É uma versão traduzida e corrompida de um poema de Veronica A. Shoffstall. Mesmo assim, não deixa de ser lindo e, ainda, muito pertinente.
Frederico García Lorca
Poesia e citação do poeta espanhol. Cazuza tinha razão!
Seis Cordas
A guitarra
faz soluçar os sonhos.
O soluço das almas
perdidas
foge por sua boca
redonda.
E, assim como a tarântula,
tece uma grande estrela
para caçar suspiros
que bóiam no seu negro
abismo de madeira.
faz soluçar os sonhos.
O soluço das almas
perdidas
foge por sua boca
redonda.
E, assim como a tarântula,
tece uma grande estrela
para caçar suspiros
que bóiam no seu negro
abismo de madeira.
"Há coisas encerradas dentro dos muros que, se saíssem de repente para a rua e gritassem, encheriam o mundo."
05 novembro 2012
Sombra
"A sedutora miragem do
distante mostra-nos paraísos que desvanecem, semelhantes a ilusões de
óptica, assim que nos deixamos arrebatar por ela. A felicidade reside
sempre, portanto, no futuro, ou ainda no passado, e o presente parece
ser uma nuvenzinha escura que o vento empurra sobre a planície
ensolarada; na frente e atrás dela, tudo é claro; sozinha, não cessa ela
própria de projectar uma sombra."
Arthur Schopenhauer
31 outubro 2012
29 outubro 2012
Um Sorriso
O trecho abaixo foi retirado da mais famosa obra de F. S. Fitzgerald. Conheci Fitzgerald através de um filme, "Meia Noite Em Paris", de Woody Allen. Tal filme, assisti com alguém realmente especial. A mulher que deveria ocupar um espaço único e nunca mais sair. Ela está longe agora, e não há sorrisos sem ela. Por isso, o texto abaixo é utópico. É uma busca, um sorriso compreensivo, apaziguador. E ela sabe, no fundo, que um sorriso assim só pode vir dela. Quem sabe amanhã, quem sabe um dia, se ela voltar a sorrir, o sol volte a brilhar para nós dois.
"Sorriu compreensivamente - muito mais do que compreensivamente. Era um desses sorrisos raros que têm em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava - ou parecia encarar - todo o mundo eterno, e que depois se concentrava na gente com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor. Um sorriso que compreendia a gente até o ponto em que a gente queria ser compreendido, que acreditava na gente como a gente gostaria de acreditar, assegurando-nos que tinha da gente exatamente a impressão que a gente, na melhor das hipóteses, esperava causar."
"Sorriu compreensivamente - muito mais do que compreensivamente. Era um desses sorrisos raros que têm em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava - ou parecia encarar - todo o mundo eterno, e que depois se concentrava na gente com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor. Um sorriso que compreendia a gente até o ponto em que a gente queria ser compreendido, que acreditava na gente como a gente gostaria de acreditar, assegurando-nos que tinha da gente exatamente a impressão que a gente, na melhor das hipóteses, esperava causar."
O Grande Gatsby, pg. 44 - Francis Scott Fitzgerald
26 outubro 2012
As Coisas que Chamamos de Amor
"Cobiça e amor: que sentimentos diversos evocam essas duas palavras em
nós! - e poderia, no entanto, ser o mesmo impulso que recebe dois nomes;
uma vez difamado do ponto de vista dos que já possuem, nos quais ele
alcançou alguma calma e que temem por sua 'posse'; a outra vez do ponto
de vista dos insatisfeitos, sedentos, e por isso glorificado como 'bom'.
Nosso amor ao próximo - não é ele uma ânsia por nova propriedade? E igualmente o nosso amor ao saber, à verdade, e toda ânsia por novidades?
Pouco a pouco nos enfadamos do que é velho, do que possuímos seguramente, e voltamos a estender os braços; ainda a mais bela paisagem não estará certa do nosso amor, após passarmos três meses nela, e algum litoral longínquo despertará nossa cobiça: em geral, as posses são diminuídas pela posse. Nosso prazer conosco procura se manter transformando algo novo em nós mesmos - precisamente a isto chamamos possuir.
Enfadar-se de uma posse é enfadar-se de si mesmo.
(Pode-se também sofrer da demasia - também o desejo de jogar fora, de distribuir; pode ter o honrado nome de "amor".)
Quando vemos alguém sofrer, aproveitamos com gosto a oportunidade que nos é oferecida para tomar posse desse alguém; é o que faz o homem benfazejo e compassivo, que também chama de "amor" ao desejo de uma nova posse que nele é avivado, e que nela tem prazer semelhante ao de uma nova conquista iminente.
Mas é o amor sexual que se revela mais claramente como ânsia de propriedade: o amante quer a posse incondicional tanto sobre sua alma como sobre seu corpo, quer ser amado unicamente, habitando e dominando a outra alma como algo supremo e absolutamente desejável.
Se considerarmos que isso não é outra coisa senão excluir todo o mundo de um precioso bem, de uma felicidade e fruição; se considerarmos que o amante visa o empobrecimento e privação de todos os demais competidores e quer tornar-se o dragão de seu tesouro, sendo o mais implcacável e egoísta dos 'conquistadores' e exploradores; se considerarmos, por fim, que para o amante todo o resto do mundo parece indiferente, pálido, sem valor; e que ele se acha disposto a fazer qualquer sacrifício, a transtornar qualquer ordem, a relegar qualquer interesse: então nos admiraremos de que esta selvagem cobiça e injustiça do amor sexual tenha sido glorificada e divinizada a tal ponto, em todas as épocas, que desse amor foi extraída a noção de amor como o oposto do egoísmo.
Nisso, evidentemente, o uso lingüístico foi determinado pelos que não possuíam e desejavam - os quais sempre foram em maior número, provavelmente. Aqueles que nesse campo tiveram posses e satisfação bastante deixaram escapar, aqui e ali, uma palavra sobre o 'demônio furioso', como fez o mais adorável e benquisto dos atenienses, Sófocles: mas Eros sempre riu desses blasfemos - eram, invariavelmente, os seus grandes favoritos.
- Bem que existe no mundo, aqui e ali, uma espécie de continuação do amor, na qual a cobiçosa ânsia que duas pessoas têm uma pela outra deu lugar a um novo desejo e cobiça, a uma elevada sede conjunta de um ideal acima delas: Mas quem conhece tal amor? Quem o experimentou? Seu verdadeiro nome é amizade."
Friedrich Nietzsche - 100 Aforismos sobre amor e morte
Nosso amor ao próximo - não é ele uma ânsia por nova propriedade? E igualmente o nosso amor ao saber, à verdade, e toda ânsia por novidades?
Pouco a pouco nos enfadamos do que é velho, do que possuímos seguramente, e voltamos a estender os braços; ainda a mais bela paisagem não estará certa do nosso amor, após passarmos três meses nela, e algum litoral longínquo despertará nossa cobiça: em geral, as posses são diminuídas pela posse. Nosso prazer conosco procura se manter transformando algo novo em nós mesmos - precisamente a isto chamamos possuir.
Enfadar-se de uma posse é enfadar-se de si mesmo.
(Pode-se também sofrer da demasia - também o desejo de jogar fora, de distribuir; pode ter o honrado nome de "amor".)
Quando vemos alguém sofrer, aproveitamos com gosto a oportunidade que nos é oferecida para tomar posse desse alguém; é o que faz o homem benfazejo e compassivo, que também chama de "amor" ao desejo de uma nova posse que nele é avivado, e que nela tem prazer semelhante ao de uma nova conquista iminente.
Mas é o amor sexual que se revela mais claramente como ânsia de propriedade: o amante quer a posse incondicional tanto sobre sua alma como sobre seu corpo, quer ser amado unicamente, habitando e dominando a outra alma como algo supremo e absolutamente desejável.
Se considerarmos que isso não é outra coisa senão excluir todo o mundo de um precioso bem, de uma felicidade e fruição; se considerarmos que o amante visa o empobrecimento e privação de todos os demais competidores e quer tornar-se o dragão de seu tesouro, sendo o mais implcacável e egoísta dos 'conquistadores' e exploradores; se considerarmos, por fim, que para o amante todo o resto do mundo parece indiferente, pálido, sem valor; e que ele se acha disposto a fazer qualquer sacrifício, a transtornar qualquer ordem, a relegar qualquer interesse: então nos admiraremos de que esta selvagem cobiça e injustiça do amor sexual tenha sido glorificada e divinizada a tal ponto, em todas as épocas, que desse amor foi extraída a noção de amor como o oposto do egoísmo.
Nisso, evidentemente, o uso lingüístico foi determinado pelos que não possuíam e desejavam - os quais sempre foram em maior número, provavelmente. Aqueles que nesse campo tiveram posses e satisfação bastante deixaram escapar, aqui e ali, uma palavra sobre o 'demônio furioso', como fez o mais adorável e benquisto dos atenienses, Sófocles: mas Eros sempre riu desses blasfemos - eram, invariavelmente, os seus grandes favoritos.
- Bem que existe no mundo, aqui e ali, uma espécie de continuação do amor, na qual a cobiçosa ânsia que duas pessoas têm uma pela outra deu lugar a um novo desejo e cobiça, a uma elevada sede conjunta de um ideal acima delas: Mas quem conhece tal amor? Quem o experimentou? Seu verdadeiro nome é amizade."
Viver o Seu Eu
"Ao tomar uma decisão de menor importância, eu descobri
que é sempre vantajoso considerar todos os prós e contras. Em assuntos
vitais, no entanto, tais como a escolha de um companheiro ou profissão, a
decisão deve vir do inconsciente, de algum lugar dentro de nós. Nas
decisões importantes da vida pessoal, devemos ser governados, penso eu,
pelas profundas necessidades íntimas da nossa natureza."
Sigmund Freud
24 outubro 2012
Para uma menininha
Clara princesinha, com seus caixinhos dourados, olhos brilhantes e jeitinho travesso. Você, que não puxou a ninguém, mas que puxa a todos com esse sorriso fácil e olharzinho doce! Pequenina de quem aprendi a gostar, com quem aprendi a brincar e que me fez mais feliz.
Você não vai saber o que está escrito aqui, mas nessas coisas de gostar, saber é sempre menor que sentir! Porque a gente não sabe desenhar, mas desenha; não sabe dançar, mas dança; não sabe jogar, mas joga; não sabe quase nada, mas faz quase tudo! E faz só porque sente vontade!
À você, Baixinha, que mesmo tão longe não sairá daqui de dentro, obrigado por ter mostrado a este tio como ser criança novamente! Este tio que, pulando amarelinha, joga um coração cheio de saudade para você pintar!
À você, Baixinha, que mesmo tão longe não sairá daqui de dentro, obrigado por ter mostrado a este tio como ser criança novamente! Este tio que, pulando amarelinha, joga um coração cheio de saudade para você pintar!
Valsa Para Uma Menininha
Menininha do meu coração
Eu só quero você a três palmos do chão.
Menininha não cresça mais não,
Fique pequenininha na minha canção.
Senhorinha levada, batendo palminha,
Fingindo assustada do bicho-papão.
Menininha, que graça é você,
Uma coisinha assim, começando a viver.
Fique assim, meu amor, sem crescer,
Porque o mundo é ruim, é ruim, e você
Vai sofrer de repente uma desilusão
Porque a vida somente é seu bicho-papão.
Fique assim, fique assim, sempre assim
E se lembre de mim pelas coisas que eu dei.
E também não se esqueça de mim
Quando você souber, enfim,
De tudo que eu guardei.
Toquinho
Eu só quero você a três palmos do chão.
Menininha não cresça mais não,
Fique pequenininha na minha canção.
Senhorinha levada, batendo palminha,
Fingindo assustada do bicho-papão.
Menininha, que graça é você,
Uma coisinha assim, começando a viver.
Fique assim, meu amor, sem crescer,
Porque o mundo é ruim, é ruim, e você
Vai sofrer de repente uma desilusão
Porque a vida somente é seu bicho-papão.
Fique assim, fique assim, sempre assim
E se lembre de mim pelas coisas que eu dei.
E também não se esqueça de mim
Quando você souber, enfim,
De tudo que eu guardei.
Toquinho
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