30 junho 2008

Sem resposta

"Por mais incompreensível que seja a vida, provavelmente nós a cruzamos com único desejo de retornar ao inferno que nos gerou, e de viver ali, ao lado de quem, uma vez, nos salvou daquele inferno. Tentou pensar de onde vinha aquela absurda fidelidade ao horror, mas descobriu não ter resposta. Compreendia somente que nada é mais forte do que o instinto de voltar para lá onde nos despedaçam, e de repetir aqueles instantes por anos. Pensando apenas que quem nos salvou uma vez pode depois nos salvar para sempre. Num longo inferno idêntico àquele de onde viemos. Mas inesperadamente clemente. E sem sangue."
Alessandro Baricco - Sem Sangue

28 junho 2008

Realejo

Constelações

"Nós não envelhecemos de forma totalmente cronológica. Nós crescemos, às vezes, em determinada coisa e não em outra, sempre desigualmente. Nós crescemos em partes. Nós somos relativos. Nós somos maduros em um meio, e crianças em outro. O passado, o presente e o futuro, combinados, nos puxa para trás, nos empurra para frente ou nos prende no presente. Nós somos feitos de camadas, células e constelações."
Anais Nin

24 junho 2008

SAWABONA

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais
preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.

As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Tudo que se precisa é respeito e compreensão. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.

Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...
Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta

PS: SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer:
"Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante para mim".
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que significa:
"Então eu existo para você."

22 junho 2008

O Jardim das Esculturas



Perto de Melbourne, na Austrália, numa pequena cidade chamada Marysville, podemos encontrar um jardim original constituído por uma grande mancha de floresta tropical. O que o torna peculiar é não só o facto de se situar dentro de uma área urbana mas sobretudo a enorme quantidade de esculturas que se encontram disseminadas por todo o lado. Ao todo são mais de uma centena de figuras de terracota com formas de crianças, duendes, sereias, animais fantásticos e outros seres fabulosos que parecem saídos de um conto de fadas e que se fundem com o ambiente como se ali fosse a sua casa.

Obvious - Um olhar mais demorado




21 junho 2008

Tempestades da vida


Há muito tempo atrás, um milhão de anos antes de Cristo, as melhores coisas da vida eram totalmente grátis, mas ninguém apreciava o Céu que era sempre azul, ninguém parabenizava a Lua que era sempre nova. Então se resolveu que eles desapareceriam de vez em quando, e teríamos que esperar para tê-los de volta. É para isso que existem as tempestades da vida.

17 junho 2008

A Verdade

"O que é verdade?
O pensamento se delicia com esta pergunta. Para ele uma oportunidade de se prazeirar no movimento de suas próprias elucubrações.
A verdade definida pelo pensamento é verdade?
Óbvio que não.
Acho que a definição mais completa da verdade é a verdade de um Jesus ou um Buda, que guardaram profundo silêncio diante desta questão. Buda até virou as costas e foi embora...
O mundo das palavras, que aqui vemos neste fórum, é o mundo da mente cristalizada, um mundo morto e sem vida, assim que construído.
As palavras, a linguagem e a escrita, tem uma função muito bem definida e sua utilidade acaba no exato momento de sua utilização.
Prender-se a qualquer significado das mesmas é querer ser aprisionado pelas cadeias do tempo.
A verdade é este exato momento, que agora não é mais, pois foi cristalizado em palavras. A verdade não tem futuro nem passado.
Parece algo místico mas não é nada de místico. São apenas palavras brincando com a percepção. A verdade é a vida, vivida com abandono e alegria, além das limitações do corpo e das doenças.
Como é fácil mistificar tudo isto...
Assim foram e são mal interpretados todos os filósofos e gurus da história da humanidade...
Ver-se a sí mesmo e a tudo exatamente como é. Você é capaz disto?
Quanta verdade você é capaz de suportar?"
Friedrich Wilhelm Nietzsche

14 junho 2008

Deus

"A redução do universo a uma única criatura, a dilatação de um único ser até Deus, eis o amor."
Victor Hugo

10 junho 2008

Viver de poesia

Caminhava pelo Centro com uma amiga, na volta de um almoço em que pedira salada de folhas verdes com molho de gengibre e tomara um suco de abacaxi com hortelã, dentro de sua atual dieta de baixíssima caloria. Sua amiga, uma socióloga mineira, trabalhara com comunidades periféricas; a tarde começava tranqüila para eles, apesar do tumulto do trânsito. Desciam a Rua XV, a caminho da Reitoria da Universidade Federal.
Ele então viu a mulher sentada numa marquise, com trouxas, roupas, cadernos, uma máquina de escrever no chão, e um cartaz manuscrito: vendo livrinhos de poesia. Ela trabalhava na Olivetti portátil, parecida com a que S. outrora usara. Nada a atrapalhava, nem as pessoas passando na calçada nem os meninos de rua que erguiam tampas de aço do passeio para amoitar seus apetrechos.
S. sentiu seu coração disparar. No início de sua vida de leitor e de autor, saíra em busca de escritores, curioso para conhecê-los, idealizando neles qualidades que nunca se revelaram. Aos poucos, perdera todo o fascínio por grandes escritores e hoje até os evitava. Em encontros literários, ficava sempre à margem, tentando se esquivar. Não saía mais à caça dos animais sagrados. Ali mesmo, numa via-sacra literária, perseguira nosso contista maior, estudara cada um de seus movimentos, isso 20 anos atrás.
De repente, S. se dava conta de que tudo tinha acontecido 20 anos atrás. Mal chegava de algum lugar e duas décadas se interpunham entre a viagem e ele. Era isso a maturidade: um distanciamento súbito das coisas no tempo.
Já vira esta poeta de rua outras vezes. No começo, pensara que fosse uma andarilha, mas sempre a encontrava no mesmo ponto, onde antes houvera uma livraria e agora era uma região de portas fechadas. Muito mais de 20 anos atrás, quando chegara a Curitiba, S. fora morar num velho edifício da Rua XV com a Mariano Torres. Aquela era uma área repleta de significados biográficos. No mercado do outro lado da rua, comprava os produtos para sua culinária de estudante. E tudo havia sido alterado por um mágico chamado tempo. Mas algo permanecera imutável: aquela máquina de escrever que cuspia páginas cheias de versos. A máquina e a poesia pertenciam a uma idade superada.
Ele próprio já publicara coletâneas poéticas, mas estava tentando se livrar desta condição. Queria-se apenas romancista, um tipo de escritor ainda aceito em tempos de internacionalização. E ele agora se via naquela mulher acampada na marquise.
S. travou o passo. A amiga o olhou compreensiva e fez o mesmo, mas ficou a certa distância. Ele olhou os livros em exposição. Traziam desenhos de lápis de cor na capa e o nome manuscrito da autora, em letra de professora primária: Izabel Cristina Milano. Pareciam o trabalho de uma menina de sexta série. Ele nem olhou as folhas datilografadas e as capas infantis – comprou todos.
Enquanto pagava, a autora contou que nascera na rua, fora criada em instituições de caridade, estudara até a oitava série, o que não era muito, mas para ela era tudo:
– Enquanto outras crianças de rua partiram por caminhos que todos conhecem, eu me dediquei à poesia.
Ele se sentiu mal. Quantas vezes não dissera que vivia para a literatura e não da literatura? E estava ali alguém do povo que vivia da literatura, vendendo seus voluminhos mal datilografados, com ilustrações convencionais e encadernação tosca. E cada exemplar era um livro diferente, produzido na improvisada editora de rua. Como comprara todo o estoque, Izabel teria de trabalhar o resto da tarde para recompor sua vitrine. Produzia sob demanda, e não sentia a pressão do encalhe. Tudo isso passou pela cabeça de S.
Ela pegou da mão dele um dos livros e mostrou um poema.
– É sobre a minha vida. Nasci na Praça Osório, bem no chafariz, durante o inverno; minha mãe morreu logo em seguida. Tem dias que tenho saudade de uma pessoa que nem conheci.
Então percebeu que, mais do que ele, Izabel sabia da força das palavras. S. passou o resto do dia com os livrinhos na bolsa e, em casa, à noite, leu o poema sobre a vida da poeta nascida e criada nas ruas de Curitiba, um poema forte, apesar de convencional, com um uso estranho das vírgulas no fim de cada verso. O poema, intitulado “Saudade de minha mãe”, começa assim:
Quando eu nasci,/ Com muito amor,/ Vim nascer no chafariz,/ Para a minha mãe sentir a dor,/ Cresci na rua,/ Brinquei na praça, /Admirei a lua, /Sem pagar nada, de graça, /Pois, quando eu vim ao mundo,/ A bacia estava com água, /Frio era o tempo que fazia, /E a água estava gelada...
Guardaria aqueles livrinhos entre os volumes de sua biblioteca com estantes novas? Ele não sabia o que fazer, talvez os esquecesse no meio da papelada que toma de assalto suas gavetas. Independente do destino deles, o episódio o ensinava que para viver de poesia é preciso não esperar quase nada.
Miguel Sanches Neto, na Gazeta do Povo, em 10/06/2008

03 junho 2008

A Dura Vida dos Anjos

Estava comentando com minha psicóloga sobre meu problema com autoridade. Pais, professores, chefes, policiais, o governo chinês, qualquer coisa que tente impor moral. Falava que, na minha experiência, as pessoas que estavam abaixo da hierarquia, mas muito próximas de onde emana o poder, conseguiam ser mais intolerantes e mente-fechada que o próprio "poder". Foi aí que eu tive um insight: será que nos livros religiosos não se deu a mesma coisa?
Aí entram os anjos. Eles são mensageiros, como o nome já diz, mas, pra nós que estamos acostumados a hierarquias de grandes empresas (e eu acredito que o planeta Terra seja uma grande empresa) poderíamos denominá-los de "advogados". Afinal, eles ficam lá pelas nuvens, tocando harpas, e de vez em quando recebem a ordem do Barbudão que diz "quero que faça isso" ou "vai lá e dá um jeito nessa confusão lá entre os humanos" e lá vai o anjo, P da vida por ter de deixar seu Reino Angelical e ir visitar de novo aquela raça de quase símios, e detona na gente! Os anjos estariam mais pra os motherfuckers do filme Dogma do que pra os desenhos da renascença. Senão, como explicar a história de Lúcifer? Seria um anjo com transtorno bipolar, pra sair da bondade absoluta pra maldade absoluta? Na minha opinião os anjos têm de lidar com a parte suja do negócio, e por isso sofrem de problemas psicológicos por conta da pressão... Vejam o caso de Iblis, o "diabo" muçulmano. Allah deu uma ordem para que os Anjos se curvassem perante Adão (ou, se preferirmos, a raça humana). Iblis recusou-se, e isto acarretou a sua queda. Lúcifer foi na mesma onda: "Por que o Chefe trata melhor aos humanos do que a nós?" E aí foi demitido...
Deus não quer saber dos detalhes: ele tem galáxias e mais galáxias pra cuidar. É capaz até dele ter mesmo um braço-direito permanentemente aqui na Terra, tipo um Secretário-Geral, pra cuidar de tudo, e só os pepinos mais complicados é que Ele fica sabendo por alto. E aí o Big Boss tem idéias, como "vamos implementar uma religião aqui no Oriente Médio, já que eles já estão em condições de absorver um pouco mais de espiritualidade". Aí cobra do Secretário-Geral, que vai fazer uma reunião com toda a diretoria para resolver como será a melhor maneira de conseguir passar alguns preceitos pra aquele povo que, até o momento, está enchendo a cara, cheio de deuses (cada um com suas "leis") e se matando a troco de banana.
Quem você acha que vai ter de fazer o trabalho sujo de botar moral naquele povo? QUEM? Os Kherubim, popularmente conhecidos como "Anjos", é claro! E aí despacharam um anjo pra tratar com Moisés, mas aí ele percebe que sua mensagem não surtirá efeito naquele povo a menos que venha da "boca" do próprio Deus, com direito a show pirotécnico e tudo mais! E assim tivemos os 10 mandamentos, com um Yaveh bastante "disponível" naquela época, dando instruções a Moisés por meio da Arca da Aliança. Tempos depois desce Gabriel (conhecido no Islã como Djibril), que vai passar a mensagem de Deus pra Maomé (Muhammad) codificar o Corão. Aliás, no Corão vemos o Gabriel rememorando os acontecimentos com Moisés, e ele falando de Deus sempre no plural (como o Deus de Israel fala em Gênesis). Ora, se tivemos um mensageiro (ou vários, quem sabe?) pra falar com os muçulmanos, por que não pode ter sido assim com os judeus? Aliás, há uma teoria interessante sobre Yaveh na série de livros A saga dos Capelinos, de Albert Paul Dahoui, em que ele seria na verdade um Capelino, tão orgulhoso e feroz quanto os outros que estavam encarnados na Terra, mas com moral para comandá-los e disposição para redimi-los, de acordo com as orientações do Alto.
Mas, de acordo com minha teoria, houve uma falha de comunicação entre o presidente e o advogado. É como se um diretor de escola dissesse pros professores "eduque essas crianças da melhor maneira possível", e quando a informação chegasse no zelador fosse: "mantenha esses pirralhos na linha, custe o que custar. O diretor não quer bagunça por aqui".

Se a única ferramenta que você tem é um martelo, você tende a tratar tudo como se fosse um prego.
Abraham Maslow

Isso nos leva à uma extensão da minha teoria, onde já não tratamos mais dos anjos, mas sim de quem leva o puxão de orelha dos anjos: O profeta! Uma vez submetidos à "panela de pressão" que é ser investido da responsabilidade de levar adiante, aqui na Terra, a mensagem de Deus, e ser cobrado por um anjo sem muita paciência (investido da "autoridade" de um Deus vingativo), o que acontece? Endurecimento, claro! Por isso que essas religiões têm mais proibições do que tudo, todas com seus devidos castigos ou penalidades. Moisés já desceu do Monte Sinai botando quente no povo que adorava o bezerro de ouro. Maomé também não amoleceu diante dos opositores.
Mas existiu um profeta que fugiu radicalmente deste conceito: Jesus. Ele aparentemente foi o único que pôde driblar a burocracia da "empresa Terra" e conversar com o Presidente cara a cara. E percebeu que Ele era um cara legal, cheio de idéias, e que só queria implementar coisas para o nosso próprio bem, sem muito apego ao COMO fazer. E Jesus, impressionado com a conversa, pensou: "Cara, eu tenho de contar isso pro pessoal da Terra". E contou. Como era um anti-burocrata, passou a chamar o presidente de "papai", sem papas na língua. E detestava os aproveitadores, que se diziam "assim" com o presidente (enquanto na verdade mal o conheciam) pra dar ordens nos outros. E questionou toda a lógica daquela época com frases como "Qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?". Isso era virar o conceito de autoridade da época de cabeça pra baixo. Assim, ele foi execrado pela hierarquia estabelecida aqui na Terra, mesmo.
A ironia é que, uma vez assassinado o cara mais desenrolado em termos de religião que o mundo já viu, surgiu um advogado (que era da concorrência mas mudou de lado) que, segundo ele, tinha uma procuração pra falar em nome de Jesus. Aí então surgiram as proibições mil, as penalidades, e o retorno da hierarquia, que descambou em mais burocracia...
Saindo da Matrix, em 13 de abril de 2008