23 junho 2011

Ó Dilma!

Deixa ver se eu entendi. Querem liberar a maconha e proibir a pesquisa histórica, mesmo para fins terapêuticos. É isso? Nacionalizar a maconha e privatizar o passado? Uma coisa não teria nada a ver com a outra se a atitude comum do brasileiro em relação à sua história não se parecesse com a letargia e a despreocupação que – dizem, eu nunca provei – caracteriza o barato da maconha. Agora mesmo, pode-se imaginar que muita gente marchará pelo direito de fumar maconha sem culpa, no que estará com toda a razão, mas não se prevê nenhuma grande manifestação popular contra a proposta de proibir para sempre o acesso a certos documentos históricos, com faixas dizendo “Queremos saber tudo sobre a guerra do Paraguai”. E no entanto o direito de conhecer o passado sem restrição deveria ser tão natural quanto o direito a um baseado descriminalizado. Não bastasse os militares sentados em cima dos dados e das dúvidas sobre o período da repressão vem essa ideia do segredo eterno para sonegar ainda mais à nação sua própria biografia. O objetivo é concluir que o passado não existiu e não se fala mais nisso. A presidente, dizem, aceitou a ideia do Sarney e do Collor, logo do Sarney e do Collor, contrariando o que deveria ser o seu instinto. Ó Dilma!
Luis Fernando Veríssimo, em 23/06/2011.

16 junho 2011

Vingança do Playboy

Após sua noiva, Crystal Harris, 25, desistir do casamento, o fundador da revista "Playboy", Hugh Hefner, 85, conseguiu alterar a capa da edição em que Harris aparece.
A coelhinha, aparece semi nua, ganhou um adesivo vermelho com a frase "noiva fugitiva nesta edição".
Harris cancelou o casamento com Hefner cinco dias antes de subir ao altar, quando a revista já estava pronta.
Nela, a coelhinha posa na capa sob o título: America's Princess: Introducing Mrs. Crystal Hefner (princesa americana: apresentando a senhora Crystal Hefner).

11 junho 2011

Amigos

Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor - tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão. Basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso trocar elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?Acho que é amor. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços - mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem doisamigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.
Martha Medeiros

09 junho 2011

Começando cedo...

Compartilhando a tristeza com quem merece - Não há de ser nada!









O dia que o Tempo parou, esperando uma história diferente



Todo fato pode ser contado de várias formas. O relato a seguir é apenas mais uma delas:


Tudo se fazia quente na cidade fria. Todos vestiam verde, todos esperançosos com a possibilidade do feito inédito.

Os privilegiados, muito antes da batalha começar, já se reuniam no entorno do front. E as conversas que se ouvia sempre acabavam da mesma forma: dois ou três, a taça é nossa! Palpites ao vento, otimismo obrigatoriamente forçado para conter o nervosismo que pairava.

Os minutos passaram lentos até o espetáculo começar. O front foi sendo preenchido, até lotar. Quando os nomes dos onze soldados foram divulgados, uma nação inteira reprovou. Mas para o Comandante, a lista era a ideal. Assim, fosse o que Deus quisesse! A Nação estaria com eles, para a vida ou para a morte!

A batalha começara, enfim! Verdes no ataque. Ataque, ataque, ataque verde! Gritos, cânticos, apoio incondicional! Contra-ataque mortal... tento adverso. O que era difícil tornou-se hercúleo. Ali, seriam necessários três tentos favoráveis para a vitória absoluta. O gol herético comprovou o ditado: a voz do povo é a voz (e a vontade) de Deus. A Nação estava certa, o Comandante não. Infelizmente! Assim, como quem tarda não deve falhar, quem falha não deve tardar. O erro, para não continuar errado, foi corrigido: substituição na linha de frente, novo guerreiro na batalha!

E não demorou para que a mudança trouxesse resultado - a inacreditável e esperada virada aconteceu! Dos três necessários, dois já estavam conquistados.

Os combatentes adversários sentiram! A partir dali, aprenderam como se pode passar calor com 5ºC de temperatura. Nunca a expressão ‘suar frio’ foi tão bem utilizada.

Fim da primeira etapa, para alívio dos invasores. Do lado certo, se a esperança já era grande no começo, agigantou-se no intervalo! E se o apoio já era maciço, não haveria um só homem indisposto à luta na segunda etapa!

Os guerreiros voltaram, certos da história que seria escrita! Mas o que não sabiam era que a segunda etapa, que começara, jamais acabaria. Como na primeira metade, verdes no ataque. Ataque, ataque, ataque! Gritos, cantos, apoio incondicional! Contra-ataque... tento nefasto adverso. Falha inquestionável de um grande Soldado! Seriam necessários, ali, outros dois sopros divinos para que os fatos encontrassem a justiça.

Os minutos voaram, então. Momentos que ninguém sentiu, despertados apenas pela entrada de novos Guerreiros. Porém, o ânimo de quem via de fora era muito aquém do necessário. A esperança se esvaía como poeira, a voz da Massa já não se ouvia.

Foi aí que um fato marcou a noite. Vinte minutos da etapa final. O que se presenciou ali jamais será repetido. Na linha de ataque, quando o intrépido menino da 5 foi agraciado pela bola, que vinha sendo maltratada pela truculência adversária, e com a perna direita desferiu um golpe certeiro em direção ao ângulo adversário... o Tempo parou! O que nunca havia sido visto até então, foi testemunhado por 32 mil pessoas. Parou! O Tempo parou!

Os relógios, depois disso, não diziam a verdade, e os fatos que se sucederam não foram reais. Tudo porque, naquele momento, o Tempo estava congelado, após ter presenciado a mágica daquele lance. Assim, e ali, viu a angústia de cada olhar virar esperança, e sentiu quando o desânimo virou as costas para não mais voltar.

Era impensável! Logo o Tempo, Senhor da Razão, que nunca havia dado trégua, estava ali, paralisado, bobo, estupefato! Talvez atônito, pela batalha vista. Talvez absorto, por ver o suor de sangue daqueles Guerreiros que não paravam de lutar. Ou, quem sabe, percebeu que, daquele momento em diante, o mundo como se conhece e as coisas como são não poderiam simplesmente continuar da mesma forma. Seria injusto demais! Doído demais! Até para Ele, o Grandioso Tempo!

Mas nem ele pôde mudar o que o Destino traçou. A injustiça fora concretizada assim que o errático homem de amarelo, que tanto amarelou durante a batalha, pediu a bola.

O Tempo, incrédulo com o desfecho que acabara de ver, num momento de incontrolável fúria, desatou-se do Destino, aliado até então inseparável, quebrando a aliança que se fazia eterna. Ali nascia a maior de todas as rivalidades já vistas: Tempo e Destino, inimigos mortais!

A justiça não foi feita. E, por força e imposição Divina, o Tempo, mesmo contrariado, voltou a correr.

Hoje, muitos juram que, do chute do menino e do grito gélido que saiu da garganta da Nação em diante, o Tempo não se deixa esquecer o retrato estilhaçado, fixado naquele momento, emoldurado por todo o sofrer daquela gente, por todos os gritos ensurdecedores silenciados e por toda a expectativa que, pelo Destino, desfez-se. Atestam também, os bons de coração e conhecedores do Tempo, que Ele passou a correr mais rápido ainda, para tentar alcançar a justiça que não se fez presente aquela noite. E, quando outros dizem que a chuva que se viu no dia seguinte foi motivada pela nova frente fria que chegara à cidade, àqueles contestam: não era chuva, afirmam, e sim as lágrimas do Tempo que caíam dos céus.

04 junho 2011

Quino, desiludido com o século...

O cartunista argentino Quino, autor da Mafalda, desiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso no cartum o seu sentimento.

A genialidade do artista faz uma das melhores críticas sobre a criação de filhos (e educação) nos tempos atuais.









Dica de Bárbara Ladwig

01 junho 2011

Questão de prioridade...

Uma pesquisa internacional conduzida por uma empresa contratada pela marca de cervejas que patrocina a Liga dos Campeões mostra que 52% dos homens entrevistados em 15 países preferem assistir à decisão do torneio em vez de sair para um encontro romântico com uma top model como a brasileira Adriana Lima.

O levantamento feito com 5.638 homens com idade acima dos 21 anos mostra que não são apenas as top models que os torcedores estariam dispostos a descartar para ver o seu time na decisão da competição. No total, 62% trocam a festa de aniversário do melhor amigo para assistir ao jogo final e pouco menos da metade deixaria de ser padrinho de casamento se a partida fosse no mesmo dia.

Mais da metade confirmou também que trocaria uma noite fora de casa com a mulher ou namorada para ficar na frente da TV durante a disputa pela taça da Liga dos Campeões. No Brasil e na Espanha, 22% dos homens não marcariam o seu casamento no mesmo dia da decisão.

Confira abaixo outros números da pesquisa:

55% preferem assistir à final a ter o primeiro encontro com os pais da namorada
46% trocam o aniversário da mãe pela partida
44% preferem acompanhar o jogo a comemorar o aniversário de casamento
43% deixam de celebrar a formatura na faculdade ou uma importante consulta médica pela decisão da Liga dos Campeões