14 dezembro 2006

Gordura trans com os dias contados, pelo menos em NY

Vou citar mais uma vez a coluna do Hélio Schwartsman para a Folha. Hoje ele aborda a proibição da gordura trans nos restaurantes de Nova York.
Gosto de defender todo o tipo de liberdade, mas, ao contrário do que alguns americanos vêm reclamando, a proibição da gordura trans não vai cercear liberdade alguma, a não ser, talvez, com o aumento do preço. Mas isso é totalmente compensado e aceito quando pensamos que vai deixar de ser tão prejudicial a saúde.
Destaco uma parte da pensata:

"
Normalmente, incluo-me entre o que se pode chamar de defensores de liberdades. Acho que as pessoas, desde que devidamente informadas das possíveis conseqüências de suas ações, devem ser livres para decidir se vão beber, fumar ou usar qualquer outro tipo de droga que lhes dê prazer.
(...)
A análise dos dados de 900 enfermeiras que haviam sofrido de problemas coronarianos mostrou que o risco para esse tipo de moléstia praticamente dobrou para cada 2% de incremento no consumo de calorias provenientes de gorduras trans (na comparação com calorias de carboidratos).
(...)
Mesmo estando entre os primeiros a afirmar que não cabe às autoridades decidir o que os cidadãos podem ou não comer, reconheço que o caso das gorduras trans é um pouco mais complicado. É inegável que o "veto" nova-iorquino representa uma ingerência na vida, senão do cidadão, pelo menos dos padeiros e donos de restaurante. Mas ela parece estar dentro dos limites legítimos da regulação. Não vi nenhum defensor das liberdades reclamando do fato de as agências sanitárias estabelecerem limites máximos de radiação na água mineral e de arsênico em alimentos.
Vale lembrar que gorduras trans, ao contrário de drogas, não produzem nenhum prazer especial. O sorvete 'trans' não é mais gostoso do que o 'cis'."


Nenhum comentário: