10 dezembro 2008

60 Anos da Declaração dos Direitos do ser Humano



Hoje é o aniversário de 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Por isso vamos tentar lembrar de algumas questões positivas que aconteceram no Brasil a partir deste evento de 1948.

Não precisamos ir longe ao tempo. A ditadura militar no Brasil tomou mais de 20 anos da nossa história – do ano do golpe de 1964 até a Anistia, que veio em 1985. Ao fim desse período, a imagem da campanha “Diretas já” trouxe, indubitavelmente, um espírito de otimismo. Percepção que também vale quando a memória nos remete aos protestos dos “caras-pintadas” no processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, à estabilização de nossa moeda e ao acesso a bens de consumo por parte da população mais carente.

Até nos recentes episódios de escândalos de corrupção revelados pela imprensa nacional, percebeu-se uma evolução. O Brasil tem, com mais clareza e propriedade, a noção da garantia do direito à liberdade de opinião e expressão, previsto no artigo XIX da Declaração dos Direitos Humanos.

O Brasil fortaleceu-se também com a criação, nesse período, de muitas ONGs, movimentos e campanhas em prol das mais variadas categorias de minorias ou camadas mais carentes da população. Mais importante do que as ações, foi a adesão maciça dos brasileiros, que, surpreendentemente, demonstraram um visível perfil social e o comprometimento com o próximo.

Espera-se que, com magistrados, advogados, promotores de Justiça, delegados, policiais militares e cidadãos cada vez melhor formados e instruídos, os responsáveis por qualquer tipo de crime contra os Direitos Humanos sejam punidos e que, cada vez mais, com o auxílio do trabalho da Anistia Internacional, forme-se uma comunidade global focada na igualdade de direitos e liberdade de cada ser humano.

Busca-se a justiça e a igualdade. Uma tarefa árdua que, além do governo, envolve também todos os cidadãos. Reflitamos juntos sobre os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos: faça, por menor que seja, um ato que venha ao encontro dos seus preceitos. Quem sabe a idéia se dissemine e o respeito ao ser humano passe a ser regra.

Se não chegarmos ao ideal, certamente chegaremos mais além do que teríamos ido sem nosso esforço.

Roberto Portugal Bacellar

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