01 julho 2007

Afeição e doçura

Normalmente ele só é lembrado como um comediante. Isso somente acontece porque não se confere o devido valor crítico a seus filmes ou não se entende o teor irônico de suas piadas (ver “O Garoto” ou “Tempos Modernos”).
Chaplin foi um dos maiores gênios do século passado. Uma parte da genialidade pode ser percebida nesse trecho do filme "O Grande Ditador".
Esse filme é de 1940. Infelizmente ele continua incrivelmente atual, mesmo que tenha sido feito como protesto contra o nazismo. Quem sabe alguma coisinha seria diferente, se lhe tivessem dado um pouco mais de atenção.
Que nos sirva de lição.
obs.: Hannah é o nome da mãe de Chaplin, que sofreu muito durante a vida.

3 comentários:

Heduan disse...

A formação ética do Ser Humano se dá não apenas pela experiência vivida (que é muito importante e essencial), mas principalmente pelo estudo da vida. Pela observação, pela reflexão e é claro sem a interferência da moral.
A análise não pode ser feita através do filtro da moral, necessitamos ter consciência disso, consciência de tirar e por a moral a todo instante.
Finalmente ao agir, ao ensinar ao falar, aí sim submetemos à moral por conveniência, por costume, por educação ou por obrigação.

Consigo ver isso no trabalho do Chaplin. Tanto é que sempre será atual, pois está desprovido da moral.

Noutras palavras: para estudar a vida, precisamos de filosofia. Para experimentar a vida, precisamos dar licença a moral.

Nasser de Melo disse...

O interessante é que o contexto vivido, normalmente, não é visto como singular em seu caso concreto, mas tido como verdadeiro para toda a sociedade. A pessoa pega a sua experiência, boa ou ruim, e a impõe sobre todas as outras pessoas que não costumam ter a mesma postura frente àquele caso específico. Isso todos nós fazemos, das mais diferentes formas, o que pode colaborar com as escolhas ou prejudicar as liberdades. Mas o vale é essa reflexão que você disse. Só ela pode nos afastar dessa bagagem social/moralista e nos aproximar de alguma verdade.
O que experimentamos não é o certo. Tampouco o que nos ensinam.
O que vemos não é a verdade. Tampouco o que ouvimos.
Aprendamos, então, a ver e a ouvir (e a respeitar) as verdades de cada experiência.
Apareça mais...
Abraço

Heduan disse...

Este fenômeno do qual você falou (de tentar impor nossos pontos de vista) deveria ser muito bem observado a todo instante por nós mesmos.
(Coloco aqui minha sugestão para não me impor hehehehe)

É um cuidado que eu procuro ter constantemente.

A evidência máxima desta imposição é demonstrada na política. Em todos os níveis dela. Onde os atritos de ponto de vistas tornam-se públicos (representando além da opinião popular também a opinião individualista, que me parece esta, a mais comum infelizmente)

Como fazer para este conceito de não se impor tornar-se uma arte da fidalguia na política?

É... já refleti um monte... não sei... Talvez por isso que Winston Churchill dizia que a DEMOCRACIA não é uma boa forma de governo mas é a melhor que temos.