"Podem notar que o que nos move quando nos apaixonamos é um estranho paradoxo. O paradoxo consiste no fato de que quando nos apaixonamos procuramos reencontrar todas ou algumas daquelas pessoas de quem gostávamos quando éramos crianças. Por outro lado, queremos que o ser amado corrija todas as faltas que os pais ou irmãos cometeram contra nós. Portanto, esse amor contém em si uma contradição. O desejo de transformar o passado."
30 setembro 2007
Paradoxo da vida
29 setembro 2007
O que valhe a pena?
"Precisamos sempre lembrar que quando nascemos precisamos de uma grande dose de amor para nos convencer a continuarmos vivos. Quando obtemos esse amor, geralmente ele nos basta. Mas o Universo é um lugar frio. Somos nós que investimos com nossos sentimentos e, sob algumas circunstâncias, sentimos que não vale mais a pena. Durante toda a nossa vida enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas delas têm grande peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos, a nós mesmos, pelas escolhas que fizemos. Na verdade, somos feitos da soma total das nossas escolhas. Tudo se dá de maneira tão imprevisível, tão injusta, que a felicidade humana não parece ter sido incluída no projeto da criação. Somos nós, com nossa capacidade de amar que atribuímos um sentido a um Universo indiferente. Assim mesmo, a maioria dos seres humanos parece ter a habilidade de continuar lutando (tentando) e até de encontrar prazer nas coisas simples como sua família, seu trabalho e na esperança que as futuras gerações alcancem uma compreensão maior."
Prof. Levy – filme 'Crimes e Pecados', de Woody Allen
28 setembro 2007
26 setembro 2007
Ser ou parecer ser, eis a questão
Carl Jung
25 setembro 2007
Matematicamente comprovado
24 setembro 2007
22 setembro 2007
Preocupação pra quê?
21 setembro 2007
Sexo e Futebol
No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio, mas também caem para um lado ou para o outro, e às vezes há um deslocamento. Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura.
No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece um cotovelaço no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão. Aí um vai para o chuveiro mais cedo.
Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio é que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo, e no escanteio também tem gente que fica quase sem roupa.
Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre camiseta e camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, não distingue, ela tanto pode vestir um craque como um medíocre.
No sexo, como no futebol, você amacia no peito, bota no chão, cadencia, e tem que ter uma explicação pronta na saída para o caso de não dar certo.
No futebol, como no sexo, tem gente que se benze antes de entrar e sempre sai ofegante.
No sexo, como no futebol, tem o feijão com arroz, mas também tem o requintado, a firula e o lance de efeito. E, claro o lençol.
No sexo também tem gente que vai direto no calcanhar.
E tanto no sexo quanto no futebol o som que mais se ouve é aquele “uuu”.
No fim sexo e futebol só são diferentes, mesmo, em duas coisas. No futebol não pode usar as mãos. E o sexo, graças a Deus, não é organizado pela CBF.”
Luis Fernando Veríssimo
20 setembro 2007
The Ten
19 setembro 2007
18 setembro 2007
Mente empoeirada
"Temos necessidade, na dura luta pela vida, de algo que perdure, e enchemos o nosso entendimento de futilidades de todo o tipo, na inútil esperança de manter o nosso prestígio. O homem culto, bem informado de tudo, é o ideal moderno. Mas a mente deste homem bem informado é uma coisa horrível. É como uma miscelânea monstruosa e empoeirada, onde os objetos amontoados custam sempre mais do que valem."
Oscar Wilde
17 setembro 2007
Os grandes pecados
"Creio que, se um homem quisesse viver a sua vida plena e completamente, se quisesse dar forma a todos os seus sentimentos, expressão a cada pensamento, realidade a todo sonho, creio que o mundo receberia tal impulso novo de alegria, que esqueceríamos todas as doenças medievais, para voltar ao ideal grego, a algo mais belo e mais rico. No entanto o mais corajoso dentre nós tem medo de si mesmo. A mutilação do selvagem tem a sua trágica conseqüência na própria renuncia que perverte as nossas vidas. Somos castigados pelas nossas renúncias. Todo impulso que procuramos extinguir germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é uma forma purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de nos livrarmos de uma tentação é ceder a ela. Se lhe resistirmos, nossas almas ficarão doentes, desejando as coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão desejo por aquilo que algumas leis perversas tornaram perverso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos acontecem no cérebro. É no cérebro e somente nele que acontecem os grandes pecados do mundo."
Oscar Wilde
16 setembro 2007
Mulher & Homem
"O homem é a mais elevada das criaturas; A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro; a mulher é o coração. O cérebro fabrica a luz; o coração, o Amor.A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão; A mulher é invencível pelas lágrimas.A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; A mulher de todos os martírios. O heroísmo enobrece; o martírio sublima.
O homem é um código; a mulher é um evangelho.O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.Ante o templo nos descobrimos; Ante o sacrário, nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha. Pensar é ter no crânio uma larva; Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher um lago. O oceano tem a pérola que adorna; O lago, a poesia que desnuda.
O homem é a águia que voa; A mulher é o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço; Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra, a mulher, onde começa o Céu!"
15 setembro 2007
O grande erro
Apesar de ser claro que somos fruto de uma mera eventualidade genética, o ser humano mantém o seu desejo pela divindade. Pretende demonstrar sua força em decidir criar ou destruir, tudo para certificar-se de seus poderes divinos.
Mas será que um Deus, do alto de sua onipotência, se preocuparia em comprovar ser divinal?
Deuses não precisam ter dúvidas sobre seus poderes, por isso não têm que comprová-los. A entidade mais próxima de uma definição divina que pode ser facilmente percebida é a Natureza – nesse conceito, inclui-se não só a planta do seu jardim, ou as grandes florestas com seus animais, mas toda a energia que une o Universo, a energia da vida.
Ao contrario do homem, essa força sempre encontra uma maneira através de seus erros.
Enquanto os homens erram, erram e continuam a errar, mesmo com seus estudos cientificamente comprovados, aprovados e comercializados, a Natureza ou erra ou acerta. Usa esse método simples e evolui sempre que erra.
Dessa Deusa, o ser humano é uma ínfima parte integrante. Por nossas atitudes, estamos comprovando que não passamos de mais um erro natural.
A questão é: o que a Natureza deve fazer com esse seu erro que pensa ser Deus?
13 setembro 2007
Será que adianta?
Modernidade: a nova idade das trevas
Na nossa inconformidade com os acontecimentos, mantemos a passividade, mas sempre perguntamos, como uma forma simples de excluir nossas responsabilidades sobre os fatos: E se não tivesse acontecido? E se tivesse sido diferente? E se? E se?
"Não sei se é verdade, mas dizem que Adolf Hitler quase foi se tratar com Sigmund Freud. Seus pais teriam sido aconselhados a levá-lo para uma consulta com o doutor. Presumivelmente decidiram que o que ele fazia com insetos era normal para a idade e que sua compulsão de dominar o bairro passaria. Os Hitler não procuraram o doutor e o resultado foi o que se viu.
O quase encontro toca na questão da importância do sujeito na História. Até que ponto decisões pessoais, personalidades e neuroses determinam o que acontece, ou líderes, heróis, hereges e tiranos são apenas instrumentos de uma lógica impessoal? A História teria sido diferente sem Hitler, ou se Hitler tivesse se tratado com Freud - ou sido um sucesso como pintor? O nazismo como uma anomalia patológica, coisa de loucos, é uma ficção conveniente que absolve boa parte do pensamento cristão europeu de direita da sua cumplicidade ou é a idéia correta? A conclusão de que nossas vidas dependem da sanidade alheia horroriza, mas a idéia de um determinismo neutro, independente de qualquer escolha moral, também é assustadora. Precisamos de vilões mais do que de heróis, de culpados muito mais do que de inocentes. Nem que seja para preservar o auto-respeito da espécie.
Karl Kraus escreveu que a Viena do começo do século era o campo de provas da destruição do mundo. A derrocada do império austro-húngaro foi o fim de um certo mundo, mas acho que Kraus quis dizer mais do que isto. Para ele, as revoluções do pensamento postas em movimento na Viena da sua época trariam o fim do longo dia do humanismo europeu que durara desde a Renascença, e o século que começava restauraria a idade das trevas. O encontro que não houve entre o intelectual judeu que radicalizou o estudo da consciência e o homem que quis eliminar as duas coisas, o judeu e a consciência, da História simboliza esse prenúncio, ou essa intuição de Kraus, sobre o século. Seria fatalmente o século dos desencontros. Principalmente o de duas formas de modernidade, a que liberava o pensamento pela ciência e a que o aprisionava pelo mito do Estado científico.
O materialismo histórico rejeita a idéia de sujeitos regendo a História e a noção de que as idéias justas vêm de um discernimento moral inato, ou religioso. Os liberais nos dizem que o mercado não é moral nem imoral, é apenas inevitável. Assim, o relato de heróis providenciais contra bandidos doentes sobra para a literatura, ou para essa categoria de narrativa sentimental que é a História convencional. Porque gostamos de pensar que é a iniciativa humana que move a História e que seu objetivo é moral e justo. Ou que ela pelo menos tem uma cara e uma biografia.
A História feita por indivíduos tem o atrativo adicional da conjetura criativa, de infindáveis variações sobre o "se". O que teria acontecido se Napoleão tivesse se contentado em ser instrutor de tiro, se os pais do Stalin nunca tivessem se encontrado? E se Jânio Quadros tivesse ficado?"
Luis Fernando Veríssimo, em Zero Hora.
12 setembro 2007
Recalque político
Dias antes da votação secreta, o líder tucano Arthur Virgílio dissera que, no escurinho do plenário, longe dos holofotes e das câmeras da TV Senado, a sessão sigilosa em que Renan Calheiros seria julgado se transformaria numa espécie de “terapia de grupo”.
De fato, o Senado converteu-se nesta quarta-feira num imenso centro terapêutico. Deveria tratar a demência de seu presidente. Mas, ao dar alta a Renan, 40 senadores deitaram, eles próprios, no divã. Pior: convidaram toda a sociedade a compartilhar de sua esquizofrenia, num sacrifício coletivo das evidências.
O Brasil foi intimado a fingir-se de louco. O Senado pede ao país que esqueça as notas frias, os bois voadores, os frigoríficos de fancaria, o lucro agropecuário fictício, os pagamentos feitos com dinheiro vindo sabe-se lá de onde, o empréstimo não declarado à Receita, a rádio e o jornal adquiridos em moeda sonante e por meio de laranjas... Nada disso existiu, eis o que informa o Senado. Tudo não passou de uma alucinação coletiva.
Restou demonstrado que os políticos brasileiros não se sentem pessoas públicas. Eles pedem à nação que pare de atrapalhar suas vidas privadas. Recomendam ao eleitor que aceite, compulsoriamente, a tese de que o presidente do Senado é um homem bom. Aconselham aos jornalistas que deixem de fazer perguntas incômodas –O que o senador comeu hoje? Ou, por outra: Quem ele comeu ontem?
O país deve aceitar, babando na camisa, a existência de um patrimonialismo docemente arcaico, alegremente eterno. Ficou estabelecido que, no universo psicanalítico do Senado, é o privado que rege o público. E os senadores não devem nada a ninguém. Muito menos explicações.
Diante de um Renan que bate na barriga e diz “Brasília é a minha Murici”, não resta ao cidadão em dia com o fisco senão ouvir, respirar fundo, e seguir em frente, fingindo uma patológica normalidade. Seja maluco, caro leitor. E não encha mais o saco.
Ao optar pelo impasse, ao dar sobrevida à crise, o Senado virou as costas para a sensatez, fez uma opção pela delinqüência, deu as mãos à desmoralização. Há muito não se via um ataque tão frontal à democracia. A política vai se consolidando como um parafuso espanado. Roda a esmo, incapaz de dar solução às suas próprias crises. Que não reclamem depois das loucas divagações berzoínicas, do desvario de um Brasil sem Senado. Os senadores suicidaram o Senado."
A sessão é secreta, mas a vergonha é pública
O voto secreto já indicava o que vinha, mas ainda restava, nesse meu coração que teima em ser otimista, uma esperança de um resquício de moralidade, ao menos de uma pequena maioria dos senadores. Mas a realidade é outra. Sem preocupação com a opinião pública por estarem anônimos, eles tiveram mais medo da revolta de Renan do que da própria consciência.
Quem sabe faz a hora
11 setembro 2007
6 anos
"J'ai rarement ouvert une porte par mégarde sans découvrir un spectacle qui me fît prendre l'humanité en pitié, en dégoût ou en horreur."
(Raramente tenho aberto uma porta por engano sem ter deparado com um espetáculo que me fez sentir pela humanidade compaixão, nojo ou horror.)
Anatole France
Edifício da Cruz Vermelha destruído por ataque americano a Kabul - Afeganistão, em outubro de 2001.
09 setembro 2007
Homo sapiens superior?
Leo Vazem, em Páginas Vadias
06 setembro 2007
Inocência perdida
"A arte nunca é casta, se deveria mantê-la longe de todos os cândidos ignorantes. Nunca se deveria deixar que gente impreparada se lhe aproximasse. Sim, a Arte é perigosa. Se é casta não é Arte."
Pablo Picasso
Les Demoiselles d'Avignon, de Picasso, em 1907.
A energia que movimenta o mundo
"Uma laranjeira não é uma árvore que dá laranjas. Uma laranjeira é uma árvore que só existe para produzir outras árvores iguais a ela. Ela é apenas um veículo da sua própria semente, como nós somos a embalagem da vida."
Luis Fernando Veríssimo
O fim era o capital
Fácil fazer uma análise do que realmente significa essa fala do agente da CIA.
"É uma peça única... Cortar uma parte do cabelo dele era como cortar um símbolo da revolução, o cabelo comprido. E a venda é pelo bem da história."
Gustavo Villoldo, o agente da CIA que promete leiloar o cabelo de Che Guevara; ele participou da operação de captura há 4 décadas, na Bolívia.
05 setembro 2007
Chega de esconder
04 setembro 2007
Saudade do Céu
03 setembro 2007
Não fizeram mais que a obrigação
"Na ordem da autoridade o Supremo Tribunal está acima de tudo. Mas, na ordem da justiça, acima do próprio tribunal supremo, que eu reverencio, quanto os que mais o reverenciarem, se eleva uma Corte de Apelação, a que ele mesmo há de curvar-se: a consciência do país."
Rui Barbosa
02 setembro 2007
Mãe Natureza
Voltaire
01 setembro 2007
O agora é a eternidade.
Por trás da diferença fenomenal entre nós, só existe essa história."
filme Waking Life