17 setembro 2007

Os grandes pecados


Nessa pintura, Hylas - personagem da mitologia grega -, é retratado entrando no lago das Ninfas. Ali ele terá dois destinos: ou morrerá afogado; ou viverá a felicidade eterna do prazer.


Hylas and the Nymphs, de John William Waterhouse, em 1896.

"Creio que, se um homem quisesse viver a sua vida plena e completamente, se quisesse dar forma a todos os seus sentimentos, expressão a cada pensamento, realidade a todo sonho, creio que o mundo receberia tal impulso novo de alegria, que esqueceríamos todas as doenças medievais, para voltar ao ideal grego, a algo mais belo e mais rico. No entanto o mais corajoso dentre nós tem medo de si mesmo. A mutilação do selvagem tem a sua trágica conseqüência na própria renuncia que perverte as nossas vidas. Somos castigados pelas nossas renúncias. Todo impulso que procuramos extinguir germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é uma forma purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de nos livrarmos de uma tentação é ceder a ela. Se lhe resistirmos, nossas almas ficarão doentes, desejando as coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão desejo por aquilo que algumas leis perversas tornaram perverso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos acontecem no cérebro. É no cérebro e somente nele que acontecem os grandes pecados do mundo."
Oscar Wilde

Nenhum comentário: