12 novembro 2007

O parecer ser

A procura pela aceitação social e a interminável busca pela aparência perfeita - relacionando essa ‘perfeição’ como objeto único da felicidade -, acaba por tornar a existência humana em uma vida de aparências vazias, de simples fragmentos ou de constante frustração em relação às questões e valores mais profundos, como seu relacionamento com outras pessoas e sua própria aceitação como ser humano ‘imperfeito’.

"As facilidades atuais que o ser humano tem para modificar a sua aparência são imãs para outros tipos de ilusão, terminando por mascarar as dificuldades do seu cotidiano. Falta a ele a aceitação das diferenças, das imperfeições, do envelhecimento e da morte. Talvez falte, também, a experiência da felicidade. (...) O homem pós-moderno não aceita ser finito: ele costuma fingir que a própria morte não existe. E é em seu corpo-espelho que a passagem dos anos se faz ameaçadoramente presente."
Sônia Azevedo, em O Corpo no Pós-Modernismo

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