12 abril 2007

Liberdade de Expressão

A manipulação e criação de fatos pela imprensa foi utilizada pela maioria dos regimes ditatoriais como forma de controlar a população. Entendo que em um regime militar, que se fundamenta na força e no controle, necessite de um direcionamento único na divulgação de fatos, notícias e idéias. Mas, em uma 'democracia' torna-se espantoso perceber que todas as grandes empresas midiáticas agem dentro de uma mesma lógica, apenas para elevar a audiência e manter todo o status quo conveniente para os donos dos meios, permitindo a triste constatação de que, mesmo uma grande quantidade de órgãos de imprensa não têm condições de criar uma pluralidade de pontos de vista e formas de abordagens. Essas não são características fundamentais para uma democracia?A força de influência da mídia brasileira pode ser medida através do poderio do Grupo Globo. Em sete décadas de atividades, influenciou todas as eleições presidenciais, desde Getúlio Vargas, ou seja, 17 presidentes diferentes. Só não foi vitoriosa na primeira eleição de Lula, em 2002. Após apoiar o regime militar, o grupo já possuía um dos maiores jornais do país, como, também, a maior emissora de televisão do Brasil, e, posteriormente, a maior do hemisfério sul do planeta. Roberto Marinho, que dirigia essa emissora desde a sua fundação, teve a posição de maior formador de opiniões do Brasil durante décadas. Mereceu até um documentário da BBC de Londres intitulado Muito Além do Cidadão Kane.
É por isso que um dos fatos mais marcantes da história recente do Brasil, na minha humilde opinião, é esse direito de resposta de Brizola. Esse sim foi um acontecimento democrático. Pena que já faz 13 anos e, desde lá, as coisas só parecem piorar dentro dos nossos meios de imprensa.

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