17 agosto 2007

Entorpecedor de espíritos

Mais uma vez afirmo que Mino Carta merece leitura diária. Ontem, informando sobre o falecimento de um grande jornalista, falou pouco, mas descreveu bem a situação atual do jornalísmo brasileiro.
"Morreu ontem Joel Silveira. Citei-o em um post recente como um daqueles notáveis repórteres que valorizaram o jornalismo brasileiro e que, atualmente, não se fazem mais. Ou são cada vez mais raros. Era um daqueles capacitados a conferir qualidade literária ao texto jornalístico, figura destacada de uma geração disposta a ver na profissão uma arte. E a provar. Morreu aos 88, foi contemporâneo, entre outros, de Rubem Braga, mais um grande e inesquecível. Depois deles, ainda houve duas, ou três, gerações, certas de que cabia ao jornalismo nivelar por cima. Depois, o naufrágio, incentivado pelos famigerados manuais de redação e munidos pelo deliberado propósito de secundar a credulidade e a ignorância, em nome da tiragem do ibope. Para atingir o sublime objetivo de entorpecer os espíritos e obnubilar as consciências. No marasmo intelectual e moral, o privilegio permanece."
Mino Carta

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