Alegoria do Triunfo de Vênus, de Agnolo Bronzino, em 1554.
"Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."
Pablo Neruda
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."
Pablo Neruda
.
obs.: na pintura de Bronzino, que retrata Vénus, a deusa do amor (para os romanos), é interessante observar a presença: do Cupido, também chamado de 'Amor' em outras línguas e de sua flecha que Vênus está segurando; na sua outra mão, o fruto (será que é aquele mesmo fruto da Eva?); no lado esquerdo do quadro, a representação de Hefesto, que era casado com Vênus (ou seja, com o amor), mas que sempre tentava - e não conseguia - mantê-la longe do Cupido e de suas flechas (será que ele representa o ciúme?); e, no chão, estão as máscaras que o amor sempre derruba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário