27 março 2007

Racionais

Um homem na estrada recomeça sua vida.
Sua finalidade: a sua liberdade. Que foi perdida, subtraída;
e quer provar a si mesmo que realmente mudou,
que se recuperou e quer viver em paz, não olharpara trás,
dizer ao crime: nunca mais!
Pois sua infância não foi um mar de rosas, não.
Na feben, lembranças dolorosas, então.
Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim.
Muitos morreram sim, sonhando alto assim,
me digam quem é feliz, quem não se desespera, vendo nascer seu filho no berço da miséria.
Um lugar onde só tinham como atração, o bar, e o candomblé pra se tomar a benção.
Esse é o palco da história que por mim será contada....um homem na estrada.
(...)
Vão invadir o seu barraco, "é a polícia"!
Vieram pra arregaçar, cheios de ódio e malícia,
filhos da puta, comedores de carniça!
Já deram minha sentença e eu nem tava na "treta",
não são poucos e já vieram muito loucos.
Matar na crocodilagem, não vão perder viagem,
quinze caras lá fora, diversos calibres,
e eu apenas com uma "treze tiros" automática.
Sou eu mesmo e eu, meu Deus e o meu orixá.
No primeiro barulho, eu vou atirar.
Se eles me pegam, meu filho fica sem ninguém,
e o que eles querem: mais um "pretinho" na febem.
Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfim,
a gente sonha a vida inteira e só acorda no fim,
minha verdade foi outra, não dá mais tempo pra nada... bang! bang! bang!

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