31 julho 2008
Com que pernas?
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
Tom e Chico - Eu te Amo
30 julho 2008
O vôo
Não indagues se nossas estradas, tempo e vento, desabam no abismo.
Que sabes tu do fim?
Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-o de estrelas.
Conserva a ilusão de que teu vôo te leva sempre para o mais alto.
No deslumbramento da ascensão
se pressentires que amanhã estarás mudo.
Esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta.
Canta. Canta para conservar a ilusão de festa e de vitória.
Talvez as canções adormeçam as feras que esperam devorar o pássaro.
Desde que nasceste não és mais que um vôo no tempo.
Rumo do céu?
Que importa a rota.
Voa e canta enquanto resistirem as asas.
Menotti Del Picchia
29 julho 2008
28 julho 2008
Leoas
Brilha na escuridão.
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais."
Vinícius de Moraes
26 julho 2008
Esfinge mental
25 julho 2008
A ética dos encontros descartáveis
24 julho 2008
23 julho 2008
Pó de pirlimpimpim
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan mostraram que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias previamente condicionadas (McConnell, J Neuropsychiat, 3: 542-548, 1962). O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não-condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas (Hartry et al., Science, 146: 274-275, 1964).A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula de Emília. Por outro lado, é perfeitamente possível acelerar a consolidação das memórias através da otimização de variáveis fisiológicas naturalmente envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, que comprovadamente beneficia a consolidação de memórias. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Lübeck, Alemanha, testou os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) ou rápidas (5 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador transcraniano magnético. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência (mas não a de alta) é suficiente para melhorar significativamente o aprendizado de diferentes tarefas em humanos (Marshall et al., Nature, 444: 610-613, 2006). Ao que parece, as oscilações lentas que caracterizam o sono sem sonhos são puro pó de pirlimpimpim.
Sidarta Ribeiro - Revista Mente e Cérebro
22 julho 2008
21 julho 2008
Grande Pablo!
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floriu e tem dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te directamente sem problemas nem orgulho;
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com o meu sono."
Pablo Neruda - O meu amor
A maravilha promiscua
20 julho 2008
19 julho 2008
Esteja pronto!
Albert Einstein
18 julho 2008
17 julho 2008
Amarelados
Com as velhas rondas e as canções de outrora...
E os meus lindos pregões da madrugada
Passam cantando ruazinha em fora!
Mas parece que a luz está cansada
E, não sei como, tudo tem, agora,
Essa tonalidade amarelada
Dos cartazes que o tempo descolora...
Sim, desses cartazes ante os quais
Nós às vezes paramos, indecisos...
Mas para quê? Se não adiantam mais!
Pobres cartazes por aí afora
Que inda anunciam: - Alegrias - Risos
Depois do Circo já ter ido embora!...
Mario Quintana - A Rua dos Cataventos, em 1940
16 julho 2008
O que julguei que senti
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
14 julho 2008
Concurso de Inteligência
12 julho 2008
Mentiras aceitas
O professor de Crítica da Mídia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS) Francisco Rüdiger explica que, diferentemente de períodos passados, em que a humanidade valorizava quem tinha méritos indiscutíveis – como heróis, guerreiros, empreendendores e santos –, atualmente celebra-se o homem banal e ordinário. "A essência da celebridade é a banalidade do homem comum", define.
Rüdiger ainda afirma que, na contemporaneidade, tudo é nivelado por uma média. "Pela mediocridade". (...) O professor de Sociologia da Comunicação de Massa da Universidade de São Paulo (USP) Álvaro de Aquino e Silva Gullo esclarece que a chamada celebridade não passa de construção dos meios de comunicação de massa. "A mídia transforma qualquer sujeito em celebridade. De repente, uma atriz se torna uma semideusa. Tudo o que ela fala e faz passa, então, a ser modelo de comportamento", analisa.
Gisele Bündchen usa uma sandália e milhões de brasileiros fazem o mesmo. Isso é ou seria "normal"? O coordenador do departamento de Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Mário Eduardo Pereira garante que os fãs, muitas vezes, se espelham em uma celebridade na ilusão de que esses sujeitos famosos são completos ou perfeitos. "O ser humano cultiva a esperança de que pode haver perfeição e, por isso, idealiza uma celebridade. Mas não existe ser perfeito. Quanto mais desamparada a pessoa, maior a tendência em idealizar alguém", comenta.
(...)
Restrições
(...) O professor Francisco Rüdiger, da PUCRS, ao analisar Amy e Britney, entre outras celebridades, elabora uma possível definição para o "fenômeno": "Celebridade é um aspecto da fortuna trágica do homem comum no mundo contemporâneo". O doutor Álvaro de Aquino e Silva Gullo, da USP, ao perceber que pessoas se espelham em Britney e Amy, estabelece uma sentença, no caso, para os admiradores de celebridades: "O fã é o idiota receptor que aceita a mentira (celebridade). O fã é a imbecilidade. Apenas a falta de perspectivas pode colocar a celebridade como modelo".
A Tirania do Rosto Público
É pouco arriscado escrever que o leitor nunca viu Amy Winehouse pessoalmente, mas sabe quem é a moça. Mais que isso, conhece detalhes de seus escândalos autodestrutivos, envolvendo o marido preso, álcool em excesso, drogas pesadas. (...)
O que torna essa garota objeto de interesse de muitos para que tanto se saiba sobre ela? Como se sustenta esse culto à celebridade? E por que o destino de inúmeras delas é a auto-destruição? Algumas idéias para responder a essas perguntas afloram do livro Celebridade, escrito por Chris Rojek, professor de Sociologia e Cultura na Nottingham Trent University, na Inglaterra. Lançado originalmente em 2000, só agora a obra chega ao país, pela Rocco.
Vazio existencial
As celebridades são um fenômeno da “era do homem comum”, acredita o autor. Teriam encontrado seu espaço no vazio existencial, na ausência de modelos superiores que nos guiam desde que reis e deuses deixaram de ser crenças inabaláveis.
“A crescente importância do rosto público no dia-a-dia é uma conseqüência da ascensão da sociedade pública, uma sociedade que cultiva o estilo pessoal como um antídoto para a igualdade democrática formal”, escreve o inglês.
Viver em democracia. O declínio da religião organizada. Falta um ponto nessa tríade desenhada por Rojik. A transformação do cotidiano em mercadoria completa o ambiente em que teria germinado o fenômeno das celebridades. No caso, um “mercado de sentimentos”, a remediar os desejos frustrados do público, despistá-los num “culto à distração”.
Encenação
O encantamento que a celebridade exerce sobre o público só acontece, na opinião do autor, porque cada aparição sua é encenada. Cercada de cuidados por intermediários culturais: agentes, publicitários, marqueteiros, fotógrafos, personal-trainers, figurinistas, maquiadores, consultores e assistentes pessoais, responsáveis por moldar seus corpos e personalidades. Com a participação imprescindível da mídia, a distância dos fãs e a falta de reciprocidade na relação não deixam que o mistério se desfaça.
“O status de celebridade sempre implica uma divisão entre um eu privado e um eu público”, sentencia o livro. Por essa partilha dual, e as conseqüências que lega à ela, Rojik recebeu críticas de que estaria ultrapassado diante da propagada idéia pós-moderna de identidade fragmentada. Mas a argumentação do professor não deixa de ser interessante.
Ele relembra uma ironia de Cary Grant (1904 – 1986). O ator que dividia as atenções em Hollywood com estrelas como Audrey Hepburn e Grace Kelly, dizia que tanto ele quanto os seus fãs adorariam ser Cary Grant.
Na frase de efeito, a consciência de que a figura pública que encarnava era completamente distinta do seu eu “privado”, outro. Essa fratura, crê Rojik, seria capaz de culminar na perda da identidade, engolida pelo eu “público”. Peter Sellers, cita também, costumava reclamar que, ao concluir seu papel em um filme, ele próprio “desaparecia”.
Intrigante paradoxo. Transcender o eu “privado”, anônimo, seria um dos principais motivos que impulsionaria alguém à batalhar pelo status. Mas, quando esse desejo se realiza, o risco é duplo: sentir-se engolido por um rosto público que é seu, mas estranho. Ou pior. Sentir-se aniquilado ao perceber que, aos olhos alheios, o seu eu “público” é o único autêntico.
“O eu verídico pode fazer tentativas cada vez mais desesperadas de vencer a tirania do rosto público”, escreve Rojik. E aqui Amy Winehouse, o descontrole de Britney Spears e a overdose de calmantes que matou Marilyn Monroe podem vir à mente. “O rosto público recorre a tentativas cada vez mais dramáticas de alertar o público para o horror, a vergonha e a abusiva impotência do eu verídico”, completa.
O público assiste ao espetáculo. Com mais ou menos compaixão.
08 julho 2008
Contra Mitos!
"Take a holiday from reality whenever you like, and come back without so much as a headache or a mythology."
Aldous Huxley
"I am 100 percent in favor of the intelligent use of drugs, and 1,000 percent against the thoughtless use of them, whether caffeine or LSD."
"People use the word 'natural'. What is natural to me is these botanical species which interact directly with the nervous system. What I consider artificial is 4 years at Harvard, and the Bible, and Saint Patrick's cathedral, and the sunday school teachings."
Timothy Leary
07 julho 2008
Custa mais do que vale
Oscar Wilde
06 julho 2008
Sonhos
Mas há também quem garanta que nem todas,
só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si,
são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre,
em todos os lugares, em todas as épocas do ano,
dormindo ou acordado."
William Shakespeare
Quem sou?
E o passado é o presente na lembrança.
Quem fui é alguém que amo
Porém somente em sonho.
E a saudade que me aflige a mente
Não é de mim nem do passado visto,
Senão de quem habito
Por trás dos olhos cegos.
Nada, senão o instante, me conhece.
Minha mesma lembrança é nada, e sinto
Que quem sou e quem fui
São sonhos diferentes."
Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa)
05 julho 2008
Máscaras
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
e que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube.
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara, estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho, já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário.
Como um cão tolerado pela gerência por ser inofensivo.
E vou escrever esta história para provar que sou sublime."
Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)
04 julho 2008
Homens X Mulheres
A última mesa desta quinta-feira na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), intitulada "Sexo, Mentiras e Videotape", reuniu três escritoras --a gaúcha Cíntia Moscovich, a portuguesa Inês Pedrosa e a inglesa Zoë Heller -- e um mediador homem, o escritor português José Luis Peixoto, para discutirem sobre a literatura feminina e o mundo sob a visão da mulher.
As três escritoras iniciaram as discussões lendo trechos de seus livros mais recentes: "Por que Sou Gorda, Mamãe?', de Moscovich (Record, 2006), "Fica Comigo Esta Noite", de Pedrosa (2007, Planeta do Brasil), e "Anotações sobre um Escândalo", de Heller (Record, 2006), que deu origem ao filme "Notas sobre um Escândalo", de 2006, com Cate Blanchett e Judi Dench.
Densos e repletos de questões e conflitos femininos, os trechos lidos serviram de ponto de partida para as perguntas do mediador. Moscovich falou sobre obesidade e relações com a mãe, Heller discorreu sobre conflitos sexuais, solidão e exposição e, por fim, Pedrosa sintetizou o mundo feminino em tópicos sexuais e de raízes,- a história de seu livro se passa em Salvador.
Heller abriu a conversa falando da exposição humana relatada em seu livro [a personagem é uma mulher de 42 anos que tem um relacionamento sexual com um menino de 14, e a história se transforma em um escândalo]. A escritora questionou o comportamento da imprensa, dizendo que pelo que sabe, jornalistas são, ao menos em sua maioria, pessoas bem informadas, com curso superior, e que, em situações como as que envolvem um escândalo, parecem ficar com a cabeça muito pequena.
"Existe o sexo sadio e o não-sadio. Mulheres adultas que têm relações com meninos de 14 anos fazem parte do grupo não-sadio. Em minha opinião, se uma mulher se interessa por um cordeirinho, e esse cordeirinho também quer, não vejo nenhum problema nessa relação", disse.
Segundo ela, existe uma diferença de abordagem entre o mundo feminino e o masculino. "Na mesma situação, homens e mulheres são classificados de formas completamente distintas: a mulher faz sexo não-sadio, mas o homem é um predador."
Pedrosa fez coro a essa questão. Ela falou sobre o pudor dos portugueses e do preconceito que ronda algumas formas de abordagem da sexualidade. Lembrou de uma visita de Caetano Veloso a Portugal em que ele cantou trecho de uma música que dizia "Estou-me a vir" [estou tendo um orgasmo], e que deixou desconcertadas várias pessoas do público que o ouvia.
Ela lembrou também da forma castradora como a sociedade portuguesa ainda trata alguns de seus grande autores, como a escritora e poetisa Maria Teresa Orta, cujos textos expõem de maneira crua a questão do sexo.
Questionadas sobre a sexualidade da literatura, Heller disse não existir literatura feminina nem literatura homossexual nem literatura judaica nem negra. "O que existe é literatura boa ou literatura ruim." Pedrosa [que foi editora da revista "Marie Claire" portuguesa por dez anos] concordou com a colega, acrescentando que o feminismo, enquanto precisar existir, só fará sentido se for compartilhado da mesma maneira por homens e mulheres. "É preciso acabar com a tolerância à tradição. Quando os homens falam, é universal. Quando as mulheres falam, é uma questão de gueto. Não pode haver essa divisão", disse.
Ela explicou que quando ainda era editora da revista "Marie Claire" --que fez questão de classificar como uma publicação feminista, e não feminina--, proibiu sua equipe de reportagem de perguntar a mulheres sobre como elas conseguiam conciliar carreira e vida pessoal. Mas permitiu a pergunta a homens, alegando que estes que nunca tiveram a chance de responder a esse questionamento.
No final da discussão, o mediador disse ter ficado surpreso por ler, logo nas primeiras páginas de Heller, sobre a masturbação quase compulsiva de uma mulher. Em reposta, ela disse: "Eu estou encantada com sua ignorância, José. Estou feliz por poder te passar esse conhecimento, sobre a existência da masturbação feminina".
LIGIA BRASLAUSKAS - Folha Online
As certezas
a certeza de que estamos sempre começando;
a certeza de que precisamos continuar;
a certeza de que seremos
interrompidos antes de terminar.
Portanto devemos:
fazer da interrupção um caminho novo;
da queda, um passo de dança;
do medo, uma escada;
do sonho, uma ponte;
e da procura, um encontro."
Fernando Pessoa
03 julho 2008
É a vida
Dostoievski