Nobody said it was easy
Oh it's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start
26 dezembro 2007
Coldplay - The Scientist
20 dezembro 2007
18 dezembro 2007
O silêncio que diz tudo
16 dezembro 2007
A verdade que fere
As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.
Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.
O seu mau humor não modifica a vida.
A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.
A sua tristeza não iluminará os caminhos.
O seu desânimo não edificará ninguém.
As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.
As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.
Não estrague o seu dia.
Aprenda a sabedoria divina,
A desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre,
Para o infinito bem!"
Chico Xavier
15 dezembro 2007
100 anos de Niemeyer
14 dezembro 2007
Grande Analista
- As falácias nunca estão onde parecem estar. Se elas parecem estar no meu campo é porque estão em outro lugar.
E chora:
- Todos os dias, de manhã, eu e minha mulher, Bazófia, saímos pelos campos a contar falácias. E cada dia há mais falácias no meu campo. Quer dizer, cada dia eu acordo mais pobre, pois são mais falácias que eu não tenho.
- Lhe faço uma proposta - disse Pseudônimo. - Compro todas as falácias do seu campo e pago um pinote por cada uma.
- Um pinote por cada uma? - disse Otorrino, mal conseguindo disfarçar o seu entusiasmo. - Eu devo não ter umas cinco mil falácias.
- Pois pago cinco mil pinotes e levo todas as falácias que você não tem.
- Feito.
Otorrino e Bazófia arrebanharam as cinco mil falácias para Pseudônimo. Este abre o seu comichão e começa a tirar pinotes invisíveis e colocá-los na palma da mão estendida de Otorrino.
- Não estou entendendo - diz Otorrino. - Onde estão os pintores?
- Os pintores são como as falácias - explica Pseudônimo. - Nunca estão onde parecem estar. Você está vendo algum pinote na sua mão?
- Nenhum.
- É sinal de que eles estão aí. Não deixe cair.
E Pseudônimo seguiu viagem com cinco mil falácias, que vendeu para um frigorífico inglês, o Filho and Sons. Otorrino acordou no outro dia e olhou com satisfação para o seu campo vazio. Abriu o besunto, uma espécie de cofre, e olhou os pinotes que pareciam não estar ali!
Na cozinha, Bazófia botava veneno no seu pirão."
Luís Fernando Veríssimo - O Analista de Bagé
13 dezembro 2007
Missa de poeta
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições.
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte
—um belo poema sempre leva a Deus!"
Marta Medeiros
12 dezembro 2007
11 dezembro 2007
Entender
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço.
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
10 dezembro 2007
Declaração Universal dos Direitos Humanos
"Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;
Considerando que é essencial a proteção dos direitos do Homem através de um regime de direito, para que o Homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efectivo dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os orgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.
Artigo 1°Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2°Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. (...)
Artigo 3°Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4°Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 7°Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 10°Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 12°Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a protecção da lei. Artigo 18°Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19°Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão.
Artigo 21°(...) 3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22°Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país."
09 dezembro 2007
Casamento
"Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:'Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?'Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros."
Mário Quintana
08 dezembro 2007
O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?
07 dezembro 2007
Indústria da Beleza
"Adoramos a perfeição porque não a podemos ter; repugna-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito."
Fernando Pessoa - Livro do Desassossego
05 dezembro 2007
Ponto de vista
04 dezembro 2007
Uma verdade?
02 dezembro 2007
01 dezembro 2007
29 novembro 2007
Viver consciente
"O que diferencia o homem dos demais seres vivos é a consciência. Entretanto, a maioria de nós vive movida pelas reações instintivas, que os levam a comer, beber, dormir e praticar sexo, de maneira totalmente inconsciente, como os animais irracionais.
O primeiro estágio da consciência diz respeito ao corpo físico. É preciso estar atento às suas mensagens, pois o corpo "fala", manifesta seus desejos e necessidades.
Porém, a maior parte das pessoas ignora essa linguagem, e não se preocupa, por exemplo, com os alimentos que coloca dentro de seu corpo, como se ele tivesse o poder mágico de transformar venenos em substâncias benéficas.
A maior prova disso é que muitos são incapazes de se lembrar do que comeram no dia anterior, ou até mesmo no próprio dia. Quando sentem algum problema de saúde e vão ao médico, este precisa "adivinhar" o que pode ter causado o desequilíbrio, pois se perguntam ao paciente sobre seus hábitos e atitudes em relação ao corpo, estes se mostram totalmente inconscientes destes processos.
Viver de modo consciente significa estar totalmente presente em cada pequeno gesto cotidiano, como andar, comer, banhar-se, limpar a casa, bem como prestar atenção aos sinais que o corpo emite quando algo não vai bem.
O momento do banho é ótimo para que comecemos este treino. Passe a observar como você toma banho, por que parte do corpo inicia a lavagem, e procure mudar periodicamente, para que este não se torne um hábito mecânico e robotizado. Sinta o prazer que a água caindo sobre o corpo proporciona, curta este estado de relaxamento.
O segundo estágio da consciência diz respeito à mente. Procure observar o fluxo de pensamentos constantes que passa por sua mente. Veja se a maioria deles é positiva ou negativa. A mente, de modo geral, sempre procura nos focar no passado, nas experiências que não deram certo, nos sofrimentos, ou no futuro, fazendo com que temamos que aquilo se repita.
Portanto, é fundamental que você passe a tomar consciência do tipo de pensamentos que costuma ter, pois esta é a única maneira de você tornar-se senhor da sua mente, ao invés de escravo dela.
O terceiro estágio é a consciência dos sentimentos. Observe qual o sentimento que está por trás de cada atitude ou reação que você tem aos acontecimentos cotidianos. Ter consciência dos próprios sentimentos e daquilo que o motiva, é um passo essencial para conhecer a si mesmo e libertar-se do estado de adormecimento em que se encontra a maior parte dos seres humanos."
Elisabeth Cavalcante28 novembro 2007
Consciência
Querido Osho,
Você nos fala para sermos conscientes em tudo, o que significa ser um observador de todas as coisas, de todo ato. Quando eu decido concentrar-me no trabalho, eu perco a consciência, e quando eu me torno consciente de que eu não estava consciente, eu sinto culpa. Eu sinto que eu cometi um engano. Você poderia explicar?
Consciência, enquanto se está trabalhando, necessita de um tremendo treinamento e disciplina e a pessoa tem que começar com ações bem simples.
Caminhar, por exemplo. Você pode caminhar e pode estar consciente de que está caminhando, cada passo pode ser cheio de consciência. Comendo... exatamente do jeito que se toma chá nos mosteiros Zen. Eles chamam de 'cerimônia do chá' porque bebendo chá, aos poucos, a pessoa tem que permanecer alerta e consciente.
Essas são pequenas ações, mas para começar elas são perfeitamente boas. A pessoa não deveria começar com alguma coisa como pintura, dança, pois esses são fenômenos muito profundos e complexos. Comece com pequenas ações da rotina diária da vida.
Na medida em que você se tornar mais e mais acostumado a estar consciente, a consciência vai se tornar exatamente como a respiração, você não terá que fazer qualquer esforço por ela, ela terá se tornado espontânea e, então, em qualquer ato, em qualquer trabalho, você poderá estar consciente.
Mas lembre-se da condição: isso tem que ser sem esforço, isso tem que vir espontaneamente. A partir daí, pintando ou compondo música, ou dançando, ou mesmo lutando espada contra um inimigo, você poderá permanecer absolutamente consciente. Mas essa consciência não é a consciência que você está tentando alcançar. Ela não é o começo, ela é a culminação de uma longa disciplina.
Um dia chegará em que não haverá atividade no mundo na qual você não possa permanecer alerta e ao mesmo tempo agir com totalidade. Você está dizendo: 'E quando eu me torno consciente de que eu não estava consciente, eu sinto culpa'. Isso é uma estupidez absoluta. Quando você se torna consciente de que não estava consciente, sinta-se feliz, pois pelo menos agora você está consciente. Em meus ensinamentos não há lugar para o conceito de culpa. Culpa é um dos cânceres da alma. Não há necessidade alguma de sentir culpa, isso é natural.
Consciência é uma coisa tão grandiosa que mesmo se você puder estar consciente por poucos segundos, fique alegre. Não dê atenção àqueles momentos em que você perde a consciência. Preste atenção àquele estado quando você de repente se lembra, ' eu não estava consciente'. Sinta-se afortunado, pois, pelo menos depois de algumas horas, a consciência retornou.
Mude todo o seu foco. É grandioso que você tenha se tornado consciente de que havia esquecido de estar consciente. Agora não se esqueça pelo maior tempo possível. De novo você esquecerá e de novo você se lembrará, mas cada vez, o período de esquecimento se tornará menor e menor.
A consciência se tornará exatamente como a respiração ou a batida do coração, ou a circulação do sangue em você, dia vem, dia vai. Assim, esteja observando, para que você não sinta culpa. Não há motivo para sentir culpa. Toda a humanidade, de alguma maneira, tem se sentido culpada. Isso tem apagado o brilho de seus olhos, isso tem tirado a beleza de sua face, isso tem tirado a graça de seu ser.
Lembre-se de que o homem é frágil e fraco e errar é humano. As pessoas que inventaram o provérbio 'errar é humano' devem também ter inventado o provérbio 'perdoar é divino'. Eu não concordo com a segunda parte. Eu digo, errar é humano e perdoar também é humano. E perdoar a si mesmo é uma das maiores virtudes, porque se você não puder perdoar a si mesmo, você não poderá perdoar a ninguém mais no mundo, será impossível. Você está tão cheio de feridas, de culpas, como você poderá perdoar o outro?
Qualquer coisa que você fizer, se não for correto, não faça novamente. Se você sentir que isso machuca alguém, não faça novamente. Mas não há qualquer necessidade de se sentir culpado, não há qualquer necessidade de se sentir arrependido, não há qualquer necessidade de se penalizar e torturar.
No começo, muitas vezes, você irá concluir que talvez não seja possível estar trabalhando e estar consciente ao mesmo tempo. Mas eu lhe digo não apenas que isso é possível, eu lhe digo que isso é possível muito facilmente. É só começar da maneira certa. É só não começar com XYZ. Comece com ABC. Na vida, nós perdemos muitas coisas porque começamos errado. Tudo deve ser iniciado a partir de seu próprio princípio. Nossas mentes são impacientes, nós queremos fazer tudo rapidamente. Nós queremos alcançar o ponto mais alto sem passar por todos os degraus da escada. Mas isso significa fracasso absoluto. E uma vez que você fracasse em alguma coisa como consciência, isso não é um fracasso pequeno, talvez você não tente nunca mais. O fracasso machuca.
Assim, qualquer coisa que seja tão valiosa quanto consciência, você deve começar muito cuidadosamente, e desde o princípio, porque a consciência pode abrir todas as portas dos mistérios da existência, ela pode trazer você ao verdadeiro templo de Deus. E vá se movendo muito vagarosamente. É só ter um pouco de paciência, pois a meta a ser alcançada não está muito longe."
OSHO - The Hidden Splendor
25 novembro 2007
Os Idealistas
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada.
-Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser."
24 novembro 2007
Anos
Mas o que é importante não muda. A sua força e convicção não tem idade. O seu espírito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada há sempre uma de partida. Atrás de cada conquista, vem um novo desafio. Enquanto estiver viva, sinta-se viva. Se sentir saudades do que fazia volte a fazer. Não viva de fotografias amarelecidas. Continue quando todos esperam que desista. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que em vez de pena tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos, caminhe! Quando não conseguir caminhar use uma bengala. Mas nunca se deixe deter."
Madre Teresa de Calcutá
23 novembro 2007
Carlito III
Filhos de Carlito Maia
Carlito II
Carlito Maia
"Acordem e Progresso!"
Carlito Maia
"Uma vida não é nada. Com coragem, pode ser muito."
Carlito Maia
"A verdade deve ter escravos e não donos. "
Carlito Maia
Carlito Maia
22 novembro 2007
Carlito I
Carlito Maia
20 novembro 2007
Que porra é essa?
O médico Richard Phillips acusou sua colega Sharon Irons de conduta ultrajante, pois a mesma teria "roubado" seu esperma após ato sexual oral, utilizando o material, sem o seu consentimento, para engravidar. O breve relacionamento que durou somente três encontros terminou há 6 anos. Phillips ainda alega que só descobriu a existência da criança quando a Dra. Sharon ingressou com ação exigindo pensão alimentícia. Depois que testes de DNA confirmaram a paternidade, o médico processou Sharon por danos morais, roubo e fraude.
O advogado da médica acusou Richard de tentar uma inédita argumentação, com o único objetivo de se eximir do pagamento da pensão ao filho de 5 anos. No meio de toda a encrenca, resta a pobre criança. É bom que ela tenha amor na infância e bom humor no futuro, para superar essa história.
Bom o fato é que a justiça americana tornou oficial: nós, homens, não mandamos em porra nenhuma mesmo!
Fontes: O Globo
Sperm: The 'gift' that keeps on giving
http://www.judicialaccountability.org/articles/suitonspermstolen.htm
16 novembro 2007
14 novembro 2007
O parecer ter
Assim, fica evidenciado o mundo virtual e artificial que o homem pós-moderno cria para si mesmo. É mais fácil, para ele, criar seu próprio mundo, criar sua imagem-espelho, aceitar os sonhos de fácil digestão, observar esse paraíso de imagens, digerir essa ausência de sentidos, do que tentar se descobrir como ser humano, com todos os seus defeitos e fragilidades, buscar respostas e questionamentos mais profundos para sua razão de ser.
13 novembro 2007
12 novembro 2007
O parecer ser
"As facilidades atuais que o ser humano tem para modificar a sua aparência são imãs para outros tipos de ilusão, terminando por mascarar as dificuldades do seu cotidiano. Falta a ele a aceitação das diferenças, das imperfeições, do envelhecimento e da morte. Talvez falte, também, a experiência da felicidade. (...) O homem pós-moderno não aceita ser finito: ele costuma fingir que a própria morte não existe. E é em seu corpo-espelho que a passagem dos anos se faz ameaçadoramente presente."
Sônia Azevedo, em O Corpo no Pós-Modernismo
11 novembro 2007
O ter e o ser
O capitalismo, em seus primórdios, produzia em função das necessidades humanas. Não se investia em algo que o consumidor julgasse desnecessário. A superprodução inventou a publicidade de modo a inverter o processo, já não é o consumidor que busca o produto, é o produto que se impõe ao consumidor.
O avanço tecnológico e o design tornam a mercadoria descartável. Não basta ter um rádio. É preciso ter o novo rádio, de linhas arrojadas, formato menor, capaz de funcionar a pilha. Assim, graças à publicidade, o supérfluo torna-se necessário.
Nessa sua fase neoliberal, em pleno advento da pós-modernidade, o capitalismo introduz o mercado como paradigma supremo. Se no período medieval o paradigma foi teocêntrico, e a fé figurava como rainha do saber, se no período moderno o paradigma antropocêntrico fez a fé ceder lugar à razão, agora o mercado não se interessa pelo homem religioso ou racional, interessa-se pelo consumista. E, quanto menos razão, mais emoção, o que introduz o consumidor a contemplar, embevecido, um novo computador ou os veículos expostos no Salão do Automóvel. Assim, o capitalismo alcança o nosso inconsciente.
Agora, de costas à concretude da existência e indiferentes à sua historicidade, tomamos as sombras por relidades. O sentido da vida desloca-se da fé (coração) e dos ideais (razão) para se centrar nos objetos possuídos. Vive-se em função de bens finitos. Mesmo para o jovem morador da favela, o tênis de marca é mais importante do que a escolaridade e a formação profissional.
A pessoa é o que tem e ostenta, e não os valores e propósitos que assume. As aparências contam mais que o ser e, ainda que isso não seja verdade, há o socorro miraculoso do marketing para nos convencer de que faz bem à saúde o refrigerante descalcificador; imprime sedução a cerveja que alcooliza; concede status o carro luxuoso [que polui mais]. Vale a pena votar no político safado revestido de ética!
Se os bens finitos superam os infinitos, e o desejo converge para o absurdo, não é de estranhar que as frustrações sejam proporcionais às ambições. Todos invejam o alpinismo de seus ídolos incensados pela mídia, embora deles conheçamos apenas as sombras projetadas na tela da televisão e das revistas, pois estamos irremediavelmente de costas para a porta da rua, convencidos de que o personagem representado por aqueles que exibem fama, poder e riqueza é mais real que as pessoas deles."
Frei Betto, artigo 'A Caverna de Platão', publicado na revista Caros Amigos, em outubro de 2007.
08 novembro 2007
Vai dar filme
O livro 'Dark Mission: The Secret History Of NASA', do consultor da NASA e Conselheiro científico da CBS, Richard C. Hoagland e Mike Bara, um consultor de engenharia aeroespacial, que foi escrito com a colaboração do Dr. Ken Johnston, gerente da Divisão de Controle de Dados e Fotos do Laboratório de Recepção Lunar da NASA durante a exploração lunar pelas Missões Apollo, movimentou a comunidade astronômica no último mês. Após Johnson ser demitido da NASA por ter escrito um artigo com o mesmo nome do livro no jornal The New York Times, Hoagland e Bara publicaram informações secretas das explorações da Lua na década de 70. Segundo eles, os astronautas norte-americanos encontraram durante as expedições, ruínas antigas de origem artificial e uma tecnologia desconhecida para controle gravitacional. O livro traz fotos que foram confidenciais durante os últimos 40 anos.
07 novembro 2007
Rugas
03 novembro 2007
Paciência
Não se pode ler sem soletrar
Seja inteligente e sagaz,
pois quem sabe perder,
também pode ganhar.
E quem sabe vencer,
também sabe esperar."
Berico
31 outubro 2007
26 outubro 2007
"Pois a tua cabeça dolorida
Tão cheia de quimeras, de ideal,
Sobre o regaço brando e maternal
Da tus doce Irmã compadecida.
A dor que julgas sem igual,
E eu, pra te consolar, direi o mal
Que à minha alma profunda fez a Vida.
E hás-de adormecer nos meus joelhos...
E os meus dedos enrugados, velhos,
Hão-de fazer-se leves e suaves...
Rosas brancas tombando docemente,
Sobre o teu rosto, como penas de aves..."
Florbela Espanca
23 outubro 2007
Mundo miniatura
Se o mundo fosse reduzido a uma pequena comunidade de 100 pessoas, mantendo as mesma proporções que temos hoje em dia, seria algo assim...
Para ver em português - http://www.miniature-earth.com/me_portugues.htm
22 outubro 2007
Pare e pense!
"A maior novidade, e o maior mérito, do filme Tropa de Elite é trazer a figura do consumidor para o centro do problema das drogas e, por conseqüência, da criminalidade, que tem na droga sua maior e mais devastadora causa. Não é só na Zona Sul do Rio de Janeiro que o consumidor tem sido historicamente tratado como a parte mais fraca (coitado, é um viciado) ou inocente (coitado, ele só quer se divertir) do problema. Essa é uma crença que dá volta ao mundo e tem seu epicentro, como quase tudo, no lugar onde as coisas são decididas – Washington. Desde que despertaram para o problema das drogas, sucessivos governos americanos têm dedicado a parte do leão de seus programas, seu dinheiro e suas energias a coibir o tráfico, isto é, o lado da oferta. Ao lado da demanda sobra atenção desprezível, em comparação. Um dos subprodutos desse modo de enfrentar a questão foi a entronização, no imaginário americano, de um estereótipo que estigmatiza todo o subcontinente latino-americano – o do traficante bigodudo, de tez morena e fala castelhana que desencaminha os inocentes rapazes e moças do lado bom das Américas. Não que os traficantes não sejam bandidos. Os rapazes e moças é que não são tão inocentes.
No Brasil, a questão tem seu aspecto mais patético no contraste, muito bem enfocado em Tropa de Elite, entre a alienação chique dos consumidores de droga de Ipanema e a matança nos morros. O filme escancara o óbvio: que existe relação de causa e efeito entre uma coisa e outra. Outros já o fizeram antes, mas não num meio como o cinema, e num filme tão bem-feito e de tanto sucesso. Que sobrou, como linha de defesa dos consumidores? O próprio diretor do filme, José Padilha, lhes tem oferecido – não no filme, mas em entrevistas – uma tábua de salvação: o argumento da liberação das drogas. Se as drogas pudessem ser comercializadas livremente, a violência seria eliminada. Logo, a culpa é da proibição, não dos consumidores. Não vale. Na circunstância, soa como pedido de desculpa de Padilha, por tê-los tratado tão cruamente. Os consumidores brasileiros, ao violar a lei, são tão responsáveis pela violência nos morros quanto os consumidores americanos, muito mais numerosos e ricos, pelas plantações na Bolívia (e, no limite, pela eleição de Evo Morales) e pelo refino e comercialização de cocaína na Colômbia (e, no limite, pela força das Farc). No entanto, num outro plano, independente da questão das responsabilidades pela violência, pergunta-se: haverá solução para a questão das drogas que não seja a liberação?
O filme de Padilha embute um enigma. Se o Bope, a tropa de elite da PM do Rio, é tão bom como ali é retratado, como é que o tráfico nas favelas ainda não foi eliminado? Resposta: o Bope pode até ser melhor ainda do que no filme; a questão é o inimigo que tem diante de si. O inimigo não é o traficante. Ou melhor, só é o traficante na aparência. Inimigos de verdade são duas entidades muito mais difíceis de combater: os valores sociais e as leis econômicas. Em decisivos setores da sociedade ocidental, a brasileira inclusive, há muito a droga é tão aceita quanto os bombons. É admitida em ambientes de fino trato, em que circulam os ricos, os intelectuais e os artistas, e está fortemente implantada na cultura pop, tão influente entre os jovens. Se a maior das condenações, que é a social, vacila, está garantida a formação de um forte mercado consumidor. Ora, não está ao alcance do Bope combater os valores vigentes, muito menos derrotar a lei da oferta e da procura.
Vista desse ângulo, a questão da droga fica parecendo a questão palestina. Esgotada a possibilidade de um eliminar o outro, está mais do que claro que israelenses e palestinos estão condenados a se entender. Quanto antes o fizerem, mais sofrimento e mais vidas pouparão. No caso das drogas também está igualmente claro que, esgotada a possibilidade de eliminar o inimigo, mais dia, menos dia se imporá como única e inevitável a solução de substituir o tráfico pelo comércio à luz do dia. Muito estudo, muito debate e muita reflexão indicarão o modo de fazê-lo, mas desde já um ponto é claro: as decisões terão de ser obrigatoriamente tomadas em foro e âmbito internacionais. Não há como adotar tal medida num país só, muito menos num país periférico como o Brasil, sob pena de condená-lo à condição de estado pária.
O caso é para gente grande, a começar pela maior de todas – os Estados Unidos. Além de não haver questão internacional que possa ser resolvida sem passar por lá, o mercado consumidor americano, como em quase tudo, é o maior do mundo também no item drogas. Ao Brasil, país do mundo talvez mais castigado, depois da Colômbia, pela violência e degradação trazidas pela droga, resta a tarefa de tentar cutucar o mundo. Se sua diplomacia começasse a se mexer, no sentido de sensibilizar as nações mais fortes para o problema, abraçaria uma causa de objetivos mais compreensíveis, e resultados mais palpáveis, do que uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU."
21 outubro 2007
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas
"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta do passado, que o que mais queremos é sair do sonho e voltar no tempo. Sonho com aquilo que quero. Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer aquilo que quero. Tenho felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque em um belo dia se morre."
Clarice Lispector – Vida
19 outubro 2007
Escute, Zé-niguém!
O futuro da espécie humana dependerá dos seus pensamentos e atos. No entanto, seus mestres e senhores não lhe dizem como você realmente pensa e o que você realmente é; ninguém ousa confrontá-lo com a única verdade que poderia fazer de você o senhor inabalável do seu destino. Você é livre apenas sob um aspecto: livre da autocrítica que poderia ajudá-lo a governar a sua própria vida. (...)
Você é um 'pequeno homem' (um zé-ninguém), um homem comum. Reflita sobre o duplo sentido dos termos "pequeno" e "comum".
Não fuja! Tenha a coragem de olhar para si mesmo! (...)
Você difere do grande homem apenas sob um aspecto: o grande homem foi um zé-ninguém, mas desenvolveu uma única qualidade importante. Reconheceu a pequenez e a estreiteza dos seus atos e pensamentos. (...) Um zé-ninguém não sabe que é pequeno e tem medo de saber. Esconde sua pequenez por trás de ilusões de força e grandeza, da força e grandeza de alguma outra pessoa. Sente orgulho de seus generais, mas não de si mesmo. Admira uma idéia que não teve. Quanto menos entender alguma coisa, mais firme é sua crença nela. (...)
Você não consegue preservar as suas conquistas nas batalhas sangrentas das barricadas de Paris e Viena, na Revolução Russa e na Guerra da Secessão. Sua Paris resultou em Pétan e Laval; sua Viena, em Hitler; sua Rússia, em Stálin; e seus Estados Unidos podem acabar sob o comando da Ku Klux Klan (nota do blog: o livro foi escrito em 1946, quando os EUA ainda não conheciam Martin Luther King e estavam mergulhados em um sistema racista - se ele pudesse atualizar a edição, certamente aqui constaria Lyndon Johnson, Nixon, Ford, Regan e os Bush). Você tem mais sucesso em conquistar a liberdade do que de conservá-la para si mesmo e para os outros. Depois de lutar para conseguir sair do pântano, você acaba afundando em outro pior. Você mesmo se escraviza. Seu feitor é você mesmo. Ninguém tem culpa de sua escravidão a não ser você. Só você mesmo pode ser seu libertador."
Wilhelm Reich
18 outubro 2007
17 outubro 2007
Sem medo de saber
16 outubro 2007
12 outubro 2007
Análise no Congresso
Brilhante diálogo entre os blogs de dois grandes professores - Leonardo Ferrari e Sérgio Menezes - debatendo sobre a rápida venda dos exemplares da Playboy de Mônica Veloso nas bancas do Congresso.
Com a palavra, os mestres:
Blog do Menezes
"Claro que não é só curiosidade, desejo ou, nesse caso, a previsível libido masculina. Mônica não é candidata a substituir a Gisele ou a Grazi, para citar dois exemplos, no imaginário do homem brasileiro médio. E a maioria dos deputados e senadores não passa disso: brasileiros médios, até abaixo da média, em alguns casos. Mas eles têm, como qualquer outro homem, outras motivações para fazer dessa edição da Playboy um sucesso instantâneo, pelos menos nas salas e corredores onde deveriam estar sendo observados e discutidos outros assuntos. Será ? Certamente, estou enganado. O assunto aqui não é trabalho. Então, sobre o que estamos falando ?Ferrari, por favor, me ajude. Não pode ser só isso. Freud, mais uma vez vai ter que explicar.P.S.: Leonardo Ferrari é psicanalista, professor e meu colega no UnicenP, para quem lancei um desafio: fazer um post juntos nos nossos blogs. O link do blog dele está ali na minha lista. Vamos ver o que ele tem a publicar. Depois, coloco aqui o que o Ferrari vai explicar com sua habitual elegância e contundência. Ao mesmo tempo, você confere no blog dele o desfecho desse sensacional mistério psicanalítico: por que a Playboy da Mônica foi um sucesso no Senado e na Câmara ? E, principalmente, por que até a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) viu as fotos da Mônica, nua, em seu laptop no plenário do Senado ?"
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O Outro Trem
"O meu amigo Sérgio Menezes, pilastra (!!!), publicitário e professor universitário, lançou um desafio em seu blog que é o seguinte: escrevermos um texto juntos – como se ele escrevesse o primeiro capítulo e eu o segundo. Em seu blog, Sérgio escolheu a notícia quente sobre a edição da Playboy com Mônica Veloso que esgotou nas bancas do Congresso em Brasília. Pois aqui vai o capítulo dois desta idéia genial do Sérgio.Caro Sérgio e leitores, essa notícia me lembrou a cena inesquecível do filme “Memórias” (“Stardust Memories”, 1980) de Woody Allen em que ele está andando num vagão de trem numa direção e, subitamente, ele vê um vagão andando na direção contrária do dele, porém cheio de mulheres bonitas, homens alegres, música, uma festa só, enquanto que em seu vagão não acontece nada, não há nenhuma mulher com quem ele possa ficar e assim por diante. É uma representação maravilhosa da miséria neurótica de se acreditar que o outro sim conseguiu algo, o outro chegou “lá”, o outro tem algo que eu não tenho. Mônica Veloso é o nome desse gozo a mais, desse gozo extraordinário – não mais aquele ordinário do cotidiano (representado nesta história por aquela incrível esposa do senador) –, Mônica é o gozo que todos os neuróticos acreditam existir na vida do perverso. Ora, a absolvição deste senador se deve muito a isso. Quem foi absolvido? Não foi só o senador, mas sim essa idéia de que é possível chegar lá, nesse extraordinário lugar de uma completude total, custe o que custar – inclusive venha o dinheiro de onde vier. É toda a lógica fálica masculina em jogo aqui: quem tem o pau maior, quem come mais mulheres e, principalmente, quem fala disso o tempo todo nos cafés, nos gabinetes, naquelas infinitas reuniões – o sexo sem palavras depois, e antes, e durante, não tem graça.Caro Sérgio, é contigo agora. Um abraço."
A Outra Miséria
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Vagões
"Meu querido amigo Sérgio Menezes me responde em seu blog sobre essa lógica cruel e imperfeita que separa o mundo entre os poucos winners e os muitos losers. Isso me faz pensar também sobre o fascínio que o perverso exerce sobre os neuróticos – por exemplo, por que Fernando Collor de Mello teve o “sucesso” eleitoral que teve – e que continua tendo (foi eleito senador recentemente), por que Paulo Maluf continua tendo popularidade...e voto, por que Silvio Berlusconi na Itália já foi primeiro-ministro e ameaça conseguir de novo o poder, por que George W. Bush conseguiu se reeleger nos Estados Unidos, enfim, a lista é longa – nem vou citar Hitler em uma Alemanha cultíssima na época. Mas não é só na política não. E a lista desses “grandes” empresários, grandes “empreendedores”, grandes “banqueiros”, de sujeitos que passam a vida pensando em como comprar por cem e vender por duzentos (frase de Samuel Klein, fundador, “CEO” da Casas Bahia), em como emprestar cinco e receber quinhentos? A perversão é justamente esse fascínio por esse suposto “winner”, “vencedor”, que ostenta uma fachada de poder sobre a vida e sobre a morte – para o neurótico, o perverso não tem dor de barriga, o perverso não bate o carro, o perverso não perde nenhuma partida, o perverso é Deus, é o “painho”, é o mais “rico” do mundo, é o “realizador”, é o “empreendedor” do ano. Ora, Sérgio traz uma metáfora muito bonita ao dizer que enquanto o trem do perverso tem um só vagão, o trem do neurótico tem vários. Pois é. O perverso é um pobre diabo correndo sempre desesperadamente por esse a mais de gozo, esse centímetro a mais para ostentar, para mostrar, para dar a ver, sem descanso, sem parada, nesse solitário vagão de sua miséria. A miséria da perversão se chama impossibilidade – a impossibilidade de chegar nesse gozo sonhado, daí todo o patético do perverso fazendo um esforço descomunal para tentar garantir que já chegou, que já gozou. Já na neurose, de fato há como circular por vários vagões – os vagões da metonímia, inclusive deixando esse lugar de espectador do gozo perverso para tentar experimentar, nos outros vagões, o que se pode com os gozos ordinários. Fazer do ordinário uma obra e até uma obra de arte, eis o desafio da neurose. Aproveitar a viagem – mais do que esse mítico ponto final."
10 outubro 2007
09 outubro 2007
O problema de quem não tem o que fazer
07 outubro 2007
Condição Humana
A Condição Humana - René Magritte, em 1933.
"Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."
Alberto Caeiro - Filosofia da Janela Fechada
05 outubro 2007
Incômoda arte
Daniel Edwards é o escultor nova-iorquino que reproduziu Hillary Clinton de Topless, Britney Spears nua, de quatro, dando à luz e Paris Hilton em uma mesa de autópsia, de pernas abertas, ainda com um celular e uma taça nas mãos.
Sua mais nova escultura - "Iraq War Memorial: Death of Prince Harry" - retrata o velório do Príncipe Harry. A obra foi idealizada quando Harry declarou sua vontade de ir ao Iraque, servir junto ao exército inglês.
Para responder as críticas, Edwards declarou que fez "uma estátua em honra de quem, como o príncipe, queria, mas não conseguiu, servir a pátria no Iraque. É dedicada às pessoas corajosas que foram estimuladas a tomar o lugar do príncipe Harry".
04 outubro 2007
Quantas vezes um homem pode virar a cabeça, fingindo que não vê?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind."
Bob Dylan
O pensamento é um momento
"Os pensamentos são livres! Quem pode adivinhá-los? Eles passam voando como sombras da noite. Ninguém pode sabê-los, Ninguém pode atingí-los, Não há como mudar: Os pensamentos são livres! Eu penso o que eu quero e tudo o que me agrada. Mas tudo em silêncio, sem chamar a atenção. Meu desejo e meu anseio ninguém pode impedir. Não há como mudar. Os pensamentos são livres! Por isto para sempre deixarei de lado preocupações, deixarei de lado para sempre os meus temores; pois no coração sempre será possível rir e ser alegre. E ao mesmo tempo pensar: Os pensamentos são livres."
Karl Marx
03 outubro 2007
Paz
02 outubro 2007
Satyagraha
A frase não é de Gandhi, mas é perfeita para o dia de hoje.
30 setembro 2007
Paradoxo da vida
"Podem notar que o que nos move quando nos apaixonamos é um estranho paradoxo. O paradoxo consiste no fato de que quando nos apaixonamos procuramos reencontrar todas ou algumas daquelas pessoas de quem gostávamos quando éramos crianças. Por outro lado, queremos que o ser amado corrija todas as faltas que os pais ou irmãos cometeram contra nós. Portanto, esse amor contém em si uma contradição. O desejo de transformar o passado."
29 setembro 2007
O que valhe a pena?
"Precisamos sempre lembrar que quando nascemos precisamos de uma grande dose de amor para nos convencer a continuarmos vivos. Quando obtemos esse amor, geralmente ele nos basta. Mas o Universo é um lugar frio. Somos nós que investimos com nossos sentimentos e, sob algumas circunstâncias, sentimos que não vale mais a pena. Durante toda a nossa vida enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas delas têm grande peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos, a nós mesmos, pelas escolhas que fizemos. Na verdade, somos feitos da soma total das nossas escolhas. Tudo se dá de maneira tão imprevisível, tão injusta, que a felicidade humana não parece ter sido incluída no projeto da criação. Somos nós, com nossa capacidade de amar que atribuímos um sentido a um Universo indiferente. Assim mesmo, a maioria dos seres humanos parece ter a habilidade de continuar lutando (tentando) e até de encontrar prazer nas coisas simples como sua família, seu trabalho e na esperança que as futuras gerações alcancem uma compreensão maior."
Prof. Levy – filme 'Crimes e Pecados', de Woody Allen
28 setembro 2007
26 setembro 2007
Ser ou parecer ser, eis a questão
Carl Jung
25 setembro 2007
Matematicamente comprovado
24 setembro 2007
22 setembro 2007
Preocupação pra quê?
21 setembro 2007
Sexo e Futebol
No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio, mas também caem para um lado ou para o outro, e às vezes há um deslocamento. Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura.
No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece um cotovelaço no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão. Aí um vai para o chuveiro mais cedo.
Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio é que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo, e no escanteio também tem gente que fica quase sem roupa.
Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre camiseta e camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, não distingue, ela tanto pode vestir um craque como um medíocre.
No sexo, como no futebol, você amacia no peito, bota no chão, cadencia, e tem que ter uma explicação pronta na saída para o caso de não dar certo.
No futebol, como no sexo, tem gente que se benze antes de entrar e sempre sai ofegante.
No sexo, como no futebol, tem o feijão com arroz, mas também tem o requintado, a firula e o lance de efeito. E, claro o lençol.
No sexo também tem gente que vai direto no calcanhar.
E tanto no sexo quanto no futebol o som que mais se ouve é aquele “uuu”.
No fim sexo e futebol só são diferentes, mesmo, em duas coisas. No futebol não pode usar as mãos. E o sexo, graças a Deus, não é organizado pela CBF.”
Luis Fernando Veríssimo